Há sempre quem, de forma despudorada, se aproveite da tragédia dos outros, para daí tirar dividendos ou benefício. Mostrando, num exibicionismo vergonhoso disfarçado de compaixão, as imagens da desgraça. Já nos bastavam essas moles humanas indiferenciadas e imitativas que, desde a morte de Diana, e cacofonicamente, se apressam, de tempos a tempos, a encher de campos de flores, velinhas votivas e mensagens infantis, ou "je suis charlie", os locais, as ruas e as praças dos massacres e tragédias.
Mas sempre se esperava que, ao menos os jornalistas, soubessem respeitar condignamente o luto dos outros e os corpos insepultos. Pois nem isso aconteceu, agora, com a tragédia de Pedrógão Grande. Até uma senhora - curiosamente, também ela vítima de uma infelicidade pessoal, há poucos anos - da TVI, se pavoneou, escandalosamente, em reportagem, ao lado de um cadáver. Outros jornalistas de televisão imitaram este macabro espectáculo miserável, do ponto de vista humano. Chegamos, efectivamente, ao grau zero do jornalismo.
Li a crónica de António Guerreiro e felizmente não vi essa prestação de Judite de Sousa. Se a TVI tivesse juízo não a deixava sequer apresentar o telejornal com aquele ar de zombie. O jornalismo hoje enche-nos de raiva.
ResponderEliminarBom dia!
Vi de raspão - chegou-me... Degradante, sujo exercício de jornalismo necrófilo e doentio. Imoral, em suma.
ResponderEliminarBom dia!