Os arquivos de casas comerciais, de outrora, são uma fonte preciosa de informações. Históricas, de modas e costumes, sociológicas, mas também estes documentos são muito procuradas pelos filatelistas. Da casa comercial de Joaquim Pinto Leite (Porto), que deveria ter sido importante, e do seu arquivo de correspondência, extensíssimo, aparecem inúmeras cartas e postais circulados, à venda por todo o mundo, em leilões e lojas de filatelia. Eu próprio tenho, na minha colecção, 3 ou 4 cartas com o seu endereço e com texto de teor comercial. Provavelmente, a Inglaterra é o maior depositário de correspondência portuguesa, devido ao intenso comércio e importação de Vinho do Porto.
Na década de 70, do século passado, e num improvável ferro-velho vimaranense, tive à minha frente, o desactivado arquivo de um armazém comercial de Guimarães. Deviam ser mais de quatro centenas de cartas e postais circulados. E o arquivo estava intacto. Dele escolhi quase 100 peças filatélicas, algumas muito interessantes. Fizeram-me um preço módico, mesmo para a altura: Esc. 2$50, cada.
Ainda hoje tenho pena de não ter comprado tudo. Outros, se calhar, o fizeram, porque já vi, à venda, em Lisboa, algumas cartas e postais dessa antiga casa comercial. E a bom preço...
Na idade dos emails e SMS, não deixa de ser curioso observarmos a qualidade da letra, a iconografia do papel, a identificação personalizada dessa correspondência comercial, com cerca de 140 anos, sepultados nesse outro tempo. Por isso, aqui deixamos mais duas cartas em imagens, uma de uma fábrica de Lisboa, outra, do Porto, provavelmente desaparecidas há muito.
Os postais e envelopes das casas comerciais por vezes são a única fonte iconográfica que temos desses locais, dado que reproduziam a fachada.
ResponderEliminarTenho alguns de zonas de Lisboa que me interessam particularmente.
Bom fim de semana!
É verdade. E até tenho casos familiares a comprová-lo...
EliminarBoa tarde!