terça-feira, 11 de março de 2014

História e ficção - algumas questões


Na esteira de Herculano, também Rebelo da Silva foi um romancista conceituado.
Será que a História exige, dos seus artífices, a criatividade da imaginação ou, pelo contrário, eles apenas devem obedecer a uma rigorosa neutralidade realista que os poupe ao desvario das efabulações?
Seja como for, creio que Alexandre Herculano e Rebelo da Silva foram os únicos historiadores portugueses, desde sempre e até há pouco, a dedicarem-se também à ficção. E nesta ambivalência será possível, num mesmo homem de letras, compartimentar rigorosamente a ficção, do rigor científico, no espírito humano?
Claro que há sub-espécies... De pretensos historiadores que efabulam sobre História, e até ganham bom dinheiro com isso, sem grandes preocupações de consciência.

7 comentários:

  1. acho que a subespécie de que fala no final está a ganhar terreno...na da contra o romance histórico o problema é quererem fazê-lo passar por outra coisa

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  2. Acho que tem razão. Desde o Código Da Vinci, tem sido um fartar vilanagem... e o pagode a comprar...

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  3. Oliveira Martins - homem que merece admiração, ainda que discreta - também teve uma incursão fugaz, «Phebus Moniz», pelo romance histórico propriamente dito. Mas, enfim, não lhe querendo chamar «pretenso historiador», tudo o que escrevia era altamente efabulado e romanceado; e, nisso, longe de Herculano (não talvez tanto de Rebelo da Silva, meio-termo entre os dois, entre a vivacidade fantasiosa e o rigor austero - quando austeridade era uma palavra simpática, pouco enjoativa).

    Em todo o caso, os termos de comparação para o exercício serão poucos. Não temos, contando mesmo o séc.XX, muitos historiadores dignos do nome...

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    1. Estamos de acordo no tocante a O. M. , embora eu não seja especialista na matéria.
      E é difícil fazer a triagem - próximos que estamos - do séc. XX, mas há, com certeza, 3 ou 4 nomes a reter.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. depois de ler isto lembrei-me de um historiador popular do qual só li um livro 'Sidónio Pais Ídolo e Mártir da República' o Rocha Martins que escrevia História de forma muito peculiar e também teve uma produção de novelas e romances muito profícua a lista é imensa http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_da_Rocha_Martins

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    1. Li imenso Rocha Martins, na biblioteca de um meu Tio, que era fã do escritor. Mas não li o "Sidónio...". E tudo o que li foi-me de grande proveito. Herdei desse meu familiar os 2 grossos volumes, "D. Carlos" e "D. Manuel II", que muito estimo, duplamente. Mas não sou monárquico..:-)

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