sexta-feira, 21 de março de 2014

Considerações pessoais, a propósito de uma crónica alheia


De uma forma geral, e com raras excepções que confirmam a regra, o período de tempo da nossa vida, consagrado aos empregos que nos traziam a subsistência e salário mensal, trazia também, consigo, desencontros, incomodidades, constrangimentos psicológicos. Daí, eu, muitas vezes, dizer, perante queixas de amigos: Não há empregos felizes!
Se a reforma ou aposentação, pelo menos de início, se acompanha de desencanto e da evidência aparente do começo da inutilidade civil e laboral, do ponto de vista mais íntimo, o reformado pode também descobrir, se for optimista, novos horizontes de liberdade e tempo aberto que, só na longínqua infância, poderão encontrar paralelos de semelhança e prazer.
Acresce que, nos últimos 20/30 anos, o trabalho/emprego começou também a ser acompanhado por pressões, muitas vezes desumanas, de diversa ordem que, só por pudor, não chamaremos: neo-esclavagismo. Englobando desenfreadas competições, absurdas burocracias, excessivos encargos, quando não vexames desencadeados, normalmente, por um sistema e chefias medíocres.
O tal "burn-out" de que se ocupa a crónica de António Guerreiro, na ípsilon, do jornal Público, de hoje. E que, parcialmente, vai em imagem, a encimar este poste.

8 comentários:

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    1. Quase nos atinge (ou atingiu) a todos, infelizmente..:-(

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  3. Concordo com o post, mas eu sou uma pessoa cheia de sorte. Como me disse um amigo há muitos anos: «Ainda te pagam para fazer o que gostas!»
    Agora, que o mercado de trabalho está a ficar uma selva.. porque não pode haver ninguém que goste de trabalhar por €500,00.

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    1. Quando, no início do poste, escrevi "excepções", estava a pensar em duas pessoas: uma delas era a MR..:-)
      O que vou sabendo, daqueles que ainda têm que trabalhar, deixa-me muito pessimista.

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  4. Para mim, o mais escandaloso, ainda é o caso das pessoas que trabalham perante a promessa de virem a ser pagas, mas sem qualquer certeza de que isso venha a acontecer; ou das pessoas que trabalham para ter Currículo que eventualmente lhes permitirá ter trabalho no futuro...e com isso são literalmente escravizadas e nem podem protestar porque se arriscam a deixar de ter sequer as promessas e de icarem mal vistas. Conheço inúmeros casos.

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