sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A memória perdida


Os anos, quando vão sendo longos, dão para conhecer muita gente. Anónimos uns, na maioria, mas outros que o tempo tornou notórios por exemplares aplicação à vida ou pela distinção na actividade que exercem ou exerceram. Sendo que, na época em que os conhecemos, eram tão anónimos quanto os outros.
Depois, há os familiares, ou muito próximos, a quem não demos a devida atenção, na altura própria, e que já partiram. Eram o nosso elo de ligação para o passado, a transmissão de memória que perdemos para sempre. No dia a dia, digo para mim mesmo, X sabia responder-me à dúvida, podia esclarecer-me este facto, lembrar-me a data...mas já morreu: nada a fazer, ou perguntar. E ficamos sem resposta. Não há remédio.
Finalmente,há aqueles seres humanos que conhecemos durante pouco tempo, que gostaríamos de ter conhecido mais cedo, porque nos acompanharam por um brevíssimo espaço de vida, apenas. Que recordamos pela sua nobreza de espírito, pela sua harmonia humana, pelo seu saber. Com saudade.

3 comentários:

  1. Parece-me que só recordamos as pessoas de quem temos saudade.

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  2. A imagem é linda, esfumada, como por vezes o é a memória.

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  3. No meu caso nem só,mas é verdade que as que deixaram marca de saudade, têm outra intensidade no recordar.

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