domingo, 30 de junho de 2024
Memória 149
Ideias fixas 87
sábado, 29 de junho de 2024
Citações CDLXXXIX
O mais belo destino: ter génio e ser obscuro.
J. Barbey d'Aurevilly (1808-1889), in Pensées détachées.
sexta-feira, 28 de junho de 2024
Últimas aquisições (52)
Sobre o texto (Memórias Pessoais, de António Cirurgião), a ver vamos. Agora, quanto ao grafismo da capa (Estúdio João Campos) é, na minha subjectiva e modesta opinião, um modelo de bom gosto estético, que se destaca no meio de tanto lixo visual que por aí aparece nas montras das livrarias, de outras editoras.
quinta-feira, 27 de junho de 2024
Se não fossem os gostos...
" O amarelo é uma cor agradável, doce e alegre, mas na sombra facilmente se desvaloriza, e a mínima mistura torna-o sujo, triste, feio e pouco interessante."
J. W. Goethe (1749-1832)
quarta-feira, 26 de junho de 2024
Do que fui lendo por aí... 64
Ácaros orientais
terça-feira, 25 de junho de 2024
segunda-feira, 24 de junho de 2024
domingo, 23 de junho de 2024
Velhíssimo
sábado, 22 de junho de 2024
Citações CDLXXXVIII
sexta-feira, 21 de junho de 2024
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Retratos (33)
É de Duarte Nunes de Leão (1530-1608), na sua Crónica alusiva, que traça assim o retrato de D. João I (1357-1433):
"Foi El-Rei D. João homem de rosto formoso, e grande corpo, e mui bem proporcionado, e de grandes forças, segundo se vê por algumas peças de armas, que estão no armazém do Reyno, em que há um elmo de grandeza não vulgar, e uma facha de armas, com que soía pelejar, que se não pode manejar sem grande força. Do ânimo foi mui esforçado, e verdadeiramente magnânimo; nos contentamentos, ainda que fossem grandes, nunca lhe enxergavam no rosto alegria, nem nos casos adversos tristeza, mas tinha sempre uma perpétua serenidade, que dava testemunho de seu grande ânimo, e constância. Era mui clemente, e piedoso, no que também mostrava sua magnanimidade. Pelo que a muitos, que o ofenderam, e que conspiraram contra ele para o matar, lhes perdoou, e restituiu a sua graça; e lhes fez sobre isso honras, e mercês. Dos serviços que recebia era tão agradecido, que a muitos deu mais do que esperavam, sem aguardar que lho pedissem. (...) Finalmente por ele ser tão justo, e magnânimo Rei, e tão excelente Capitão, e haver nele juntas todas as virtudes, que nos seus passados eram derramadas, lhe deram a honorífica alcunha de Rei de boa memória."
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Circuito interno da boa e pequenina justiça à portuguesa
Sobre a primeira notícia, fico pasmado. Sendo as fugas originadas e passadas para o exterior pelo MP, a investigação será puramente corporativa e pode adivinhar-se, desde já e como é habitual, que o caso será arquivado, beatificamente e para sossego dos infractores. Uma autêntica vergonha nacional de corrupção às escâncaras. Como diria Fernando Assis Pacheco: "Não posso com tanta ironia".
terça-feira, 18 de junho de 2024
Apontamento 172: O supremo ataque à democracia
Tenho acompanhado, certamente com preocupação cívica e cultural, o progessivo avanço da direita na Alemanha, sobretudo nos antigos domínios da RDA.
Convenhamos: estamos a falar de “territórios”
de cultura, entre outros, de cidades como Weimar, etc.
O que no meio deste descalabro
tenho encontrado é uma inovação ainda mais preocupante, a saber: páginas
oficiais na internet, como a do Turismo da Turíngia, com uma opção
democraticamente degradante: i.e. o recurso a conteúdos com LINGUAGEM SIMPLES !
O que isto significa também quis saber: palavras simples, frases curtas e imagens.
Ou seja, "com papas e bolos se enganam os tolos."
Com efeito, uma mensagen social, cultural e política, com conteúdo substancial para esclarecer o cidadão, embora elaborada com a preocupação de legibilidade, não parece ter futuro. Entramos, portanto, no caos mental que os diversos poderes totalitários, a começar pelas redes sociais, nos pretendem impingir.
Lembrei-me, obviamente, da
introdução da obrigatoriedade do ensino público na Alemanha, com registo, na
imagem de 1712, na Prússia.
Convém lembrar que na Constituição da República de Weimar – cidade da Turíngia em epígrafe acima – de 1919, essa obrigatoriedade se estendeu a todo o território da Alemanha.
Perante esta degradação do
sentido último – social, cívico e cultural – não haverá movimento democrático a
inverter esta destruição da nossa convivência civilizada, lançando e promovendo o aperfeiçoamento
espiritual contra os poderosos meios apostados na ignorância e no caos ?
Post de HMJ
segunda-feira, 17 de junho de 2024
Apontamento 171: É preciso recordar - 17.6.1953
A imagem acima faz parte de um
conjunto de documentação sobre o levantamento popular, a 17.6.1953, na então
designada República Democrática Alemã (RDA), contra a ditadura do partido único
SED, subsidiária do Partido Comunista da URSS.
Convém deixar claro que a
ocupação dos territórios no leste da Alemanha surgiu no final da II Guerra
Mundial, em que as forças vencedoras da guerra dividiram o país em 4 zonas de
ocupação, como se vê na imagem seguinte.
Ora, apenas a parte ocupada pelas
forças soviéticas entrou num processo de segregação e divisão política, social
e cultural, impedindo a saída dos seus habitantes para as zonas integradas na
República Federal da Alemanha, assim como viagens para fora do país.
Sou ainda testemunha, de um episódio
ocorrido nos anos sessenta do século passado, em que a passagem da BRD para a cidade
de Berlim, através da auto-estrada, se fazia com controlo rigoroso na fronteira
da BRD para a RDA.
Não tenho memória de ter visto
alguma restrição ou impedimento de circulação da população residente nas zonas
assinaladas e de ocupação dos seguintes países: UK/USA e FRANÇA.
Da separação das duas Alemanhas consta,
ainda, a construção do Muro de Berlim, em 1961, separando, definitivamente, a convivência
da população da cidade com raízes tanto de um lado para o outro. [ver: https://www.stiftung-berliner-mauer.de/en/berlin-wall-memorial]
Como facto mais recente,
porventura mais presente na memória dos cidadãos europeus, temos os levantamentos
populares na antiga RDA que, desta vez com êxito, levaram à reunificação da
Alemanha.
Ao que parece, passado 71 anos da
revolta de 1953 e 35 anos após a queda do muro na sequência de levantamentos idênticos, a população actual e residente não se identifica com o espírito
democrático que unia os revoltosos de então.
E como consta de um livro recente
publicado na Alemanha, o entendimento de democracia não coincide nas duas zonas
antigas de ocupação BRD e RDA. A estrutura totalitária da SED e os braços da
URSS deixaram a sua marca e, segundo consta, de forma definitiva.
O regresso dos elefantes
Mercearias Finas 201
domingo, 16 de junho de 2024
sábado, 15 de junho de 2024
Derek Mahon (1939-2020)
sexta-feira, 14 de junho de 2024
Divagações 194
quinta-feira, 13 de junho de 2024
Um quadro
quarta-feira, 12 de junho de 2024
terça-feira, 11 de junho de 2024
Uma fotografia, de vez em quando... (184)
segunda-feira, 10 de junho de 2024
Citações CDLXXXVII
O eterno absorve todas as funções da alma.
Blaise Pascal, (1623-1662) in Pensées.
...
A eternidade ocupa aqueles que têm tempo para perder. É uma das formas do ócio.
Paul Valéry (1871-1945), in Mauvaises Pensées et Autres.
Moondog (Louis Hardin) - Elf dance
domingo, 9 de junho de 2024
Apontamento 170: Profunda repugnância
[Heinrich Heine - 1797-1856]
Nachtgedanken
(…)
Quando os ventos da Alemanha não correm de feição, como é o caso presente, lembro-me sempre do início dos versos de Heinrich Heine: [trad. livre: Quando penso na Alemanha durante a noite, então fico sem dormir ... ]
Ora, com problemas normais de insónias, é então esta noite que, por razões de peso, fico sem dormir.
Assistir, no ocaso da vida, a uma nova república de camisas castanhas, - i.e., e falando claro: uma quase República NAZI - não desejava, nem merecia.
Sem familiares na antiga RDA, nem aversão objectiva a Ossis, tenho vindo a reconhecer que os lutadores pela unificação da antiga RDA para com a BRD, pelos quais nutria um imenso respeito cívico, devem estar PROFUNDAMENTE desapontados e tristes. Onde estarão, o que pensam desta vergonha nacional ?
Valeu a pena o seu esforço ? Afinal, a gentinha rude, que na altura não se manifestava, devia é gostar da autoridade, do controlo policial e do sempre presente chefe do partido, e, sobretudo, das migalhas do orçamento da SED e, como diz um amigo meu, das bananas que vinham dos países amigos !
Tanta vergonha de ver uma Alemanha assim.
Um PAÍS DE CULTURA a ser entregue de novo a arruaceiros ?
Post de HMJ