É de Duarte Nunes de Leão (1530-1608), na sua Crónica alusiva, que traça assim o retrato de D. João I (1357-1433):
"Foi El-Rei D. João homem de rosto formoso, e grande corpo, e mui bem proporcionado, e de grandes forças, segundo se vê por algumas peças de armas, que estão no armazém do Reyno, em que há um elmo de grandeza não vulgar, e uma facha de armas, com que soía pelejar, que se não pode manejar sem grande força. Do ânimo foi mui esforçado, e verdadeiramente magnânimo; nos contentamentos, ainda que fossem grandes, nunca lhe enxergavam no rosto alegria, nem nos casos adversos tristeza, mas tinha sempre uma perpétua serenidade, que dava testemunho de seu grande ânimo, e constância. Era mui clemente, e piedoso, no que também mostrava sua magnanimidade. Pelo que a muitos, que o ofenderam, e que conspiraram contra ele para o matar, lhes perdoou, e restituiu a sua graça; e lhes fez sobre isso honras, e mercês. Dos serviços que recebia era tão agradecido, que a muitos deu mais do que esperavam, sem aguardar que lho pedissem. (...) Finalmente por ele ser tão justo, e magnânimo Rei, e tão excelente Capitão, e haver nele juntas todas as virtudes, que nos seus passados eram derramadas, lhe deram a honorífica alcunha de Rei de boa memória."
De «Boa Memória», de facto. Bom dia!
ResponderEliminarTambém me parece merecido.
EliminarBom dia.