Quase todos os conflitos bélicos, a partir do século XX, foram acompanhados, por parte dos governos envolvidos, de propaganda justificativa das razões que legitimavam as guerras. Essa propaganda poderia ser radiofónica, assumir a forma de cartazes, publicações escritas distribuídas gratuitamente aos cidadãos (e em países amigos e aliados) ou, em tempos mais recentes, ocupar espaços de antena televisivos.
E se as imagens, a partir da II Grande Guerra, tiveram uma importância preponderante, na I Grande Guerra eram os folhetos escritos a forma mais usada para ganhar as consciências, sobretudo das classes mais cultas e letradas.
Alguns se hão-de lembrar de dois ou três slogans estadonovistas, difundidos constantemente nos microfones da antiga E. N.. Um, de meados dos anos 50: Os sinos da velha Goa e as bombardas de Diu serão sempre portugueses, para reagrupar os nacionais em defesa do ex-Estado da Índia. O outro, no início dos anos 60, acompanhado de música marcial, que entoava em estribilho o Angola é nossa!
Os chamados Campos de Concentração foram criação original do Império Britânico, na África do Sul, aquando da guerra anglo-boer (1899-1902), destinando-se ao acantonamento, em espaço restrito, das populações de colonos de origem holandesa.
Não deixa por isso de ser irónico que, destes 4 folhetos ingleses (seguramente, destinados a Portugal), em imagem, um deles se ocupe a verberar, em 1916, Os Horrores de Wittenberg, sobre as condições desumanas dos prisioneiros britânicos em território alemão, durante a I Grande Guerra. Chamo ainda a atenção para o folheto A Perspectiva da Guerra, que foi subscrito, em 1915, pelo célebre criador de Sherlock Holmes - Arthur Conan Doyle. O opúsculo destinava-se, principalmente, a justificar a Expedição dos Dardanelos, tentando desvalorizar a derrota e as muitas mortes de soldados britânicos (cerca de 100.000) por que se saldou.
grato reconhecimento a A. de A. M., que me facultou o uso destas interessantes publicações.
Quando os seus postes são classificados de retro,
ResponderEliminarmuitas das vezes me lembro das minhas velhinhas
revistas, Ilustração Portuguesa do início do século 20.
Não tem nada a ver com o seu tema, mas consigo tirar
algum prazer em folheá-las e constatar que são de um
outro mundo. Foi um desabafo, peço desculpa.
Desejo-lhe um bom fim de semana.
Conheço mal a publicação que refere mas, por vezes, aparecem alguns números, no meu alfarrabista de referência, que eu costumo folhear.
EliminarUm bom fim de sábado, cordialmente.