sábado, 30 de junho de 2018

O poeta anónimo e clandestino do DCIAP


Desde o Apito Dourado que eu fiquei alerta e deslumbrado. Depois veio a Operação Marquês, a Fizz, a Mãos Limpas, há dias, a Tutti Frutti. Quase iria jurar que há um agente-poeta, no DCIAP, para estas fulgurâncias, como em tempos houve um detective-cantor, criado pelo Dennis Potter, para a televisão. Devem dar-lhe o mote, previamente, das devassas e buscas, ao poeta-agente, e ele senta-se à mesa com uma folha A4, em branco, e vai sonhando. Quando lhe chega a inspiração, corre pressuroso ao gabinete da chefe joaninha a mostrar o resultado. Normalmente é aprovado e louvado, seguindo como título para a comunicação social.
Até o Benfica teve um título de luxo: Mala Ciao, recentemente. O nosso agente-poeta, clandestino, bem merecia um prémio, nos próximos jogos florais, que se realizassem. Tanta inspiração poética e talento deviam ser coroados de louros... Mesmo que a investigação possa vir a dar em nada, como muitas vezes acontece. Mas o título poético já ninguém lho tira. Fica a ressoar no melhor lirismo nacional.

4 comentários:

  1. Realmente os nomes das operações são muito "intelectuais "..

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O espectáculo é tudo. Os resultados, para a nossa ociosa e preguiçosa justiça, são meramente secundários, infelizmente...

      Eliminar
  2. Tenho andado distraída e visto pouca tv porque ainda não sabia do «Mala Ciao» que é o máximo. :)
    Bom domingo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lá no fundo, lá no fundo, a joaninha deve ser uma beata de poesia e o nosso agente-poeta dá o máximo para lhe agradar. Mesmo que toque o cancioneiro de esquerda, apesar do contorcionismo excessivo...
      Retribuo.

      Eliminar