À excepção de John Updike, dos autores norte-americanos, é talvez Mary McCarthy a escritora mais representada na minha biblioteca. Acontece que, em finais dos anos 60, estive para fazer um trabalho universitário sobre a sua obra e só à última da hora optei antes por Updike.
Numa das suas últimas entrevistas, Mary McCarthy, perguntada se posta perante uma escolha de voltar a re-viver, faria tudo na mesma, terá respondido que escreveria mais, mas leria menos.
Mulher de fortes convicções, a escritora teve uma polémica intensa com Simone de Beauvoir, figura que detestava, aliás. A emulação entre as duas é atestada por dois livros que, com diferença de apenas um ano, publicaram. Em 1957, McCarthy editou Memories of a Catholic Girlhood e Beauvoir, no ano seguinte (1958), fez editar Mémoires d'une Fille Rangée. Por outro lado, a norte-americana cultivou, com grande fidelidade, uma forte amizade com a filósofa Hannah Arendt, cuja evidência é testemunhada pela volumosa correspondência, recentemente publicada.
Os direitos cívicos e a guerra do Vietname foram duas das grandes causas em que também se empenhou intensamente.
Depois de alguns anos de relativo apagamento, a obra de Mary McCarthy parece suscitar um renovado interesse revelado pela publicação da sua obra completa (The complete fiction), em dois volumes, pela Library of America. O que não deixa de ser uma boa notícia.
Li pouco de Mary MacCarthy: O grupo, A gente com quem ela anda e Vietname. Não sou uma grande apreciadora da sua escrita. Ou não era porque acho que nunca mais a voltei a ler.
ResponderEliminarBom dia!
A minha primeira impressão de leitura, há mais de 40 anos, foi positiva. Tenho agora os livros de lado, para os folhear e reler partes, a ver se continuo a gostar...
EliminarBom dia!
Agradável evocação, até pelas capas. Pelo meu lado, o interesse é também pela América da época, além das polémicas, incluindo as decifradas do casamento com Edmund Wilson e ainda a obra deste, enfim, as luzes da relação escrita/leitura sobre a vida. Cmpts.
ResponderEliminarE ainda ficaram 3 capas de fora..:-)
EliminarConheço muito mal a obra do segundo marido de M. M., excepto a extrema severidade com que criticou Tolkien, com que, em parte, concordo.
Saudações cordiais!