sábado, 26 de novembro de 2011

Um soneto de W. H. Auden


Nada nos é dado: temos que procurar a nossa lei.
Os grandes edifícios agrupam-se ao sol para dominar;
Atrás deles esforçam-se como triste vegetação
As pequenas casas dos pobres, recessivas.

Não temos destino atribuído:
Nada é certo senão o corpo; planeamos
Ser melhores; os hospitais só nos recordam
A igualdade nos homens.

As crianças são na verdade amadas por aqui, até pela polícia:
Falam nos anos anteriores a ser sozinhas
E se perderem.

                        E apenas
As bandas e charangas pelos parques profetizam
Algum futuro reino de felicidade e paz.

Aprendemos a ter pena e revoltar-nos.

    

2 comentários:

  1. Gostei muito. Não me lembro deste poema de Auden estar traduzido.
    E dois postes sobre dois dos meus poetas. :)

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  2. Habitualmente, não cotejo - gosto: e tento.
    Ainda bem que gostou, MR.

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