sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Andar, andar que um poeta / não necessita de casa...


Os versos do título deste poste são de Cecília Meireles (1901-1964), e pertencem ao poema "Canção da alta noite".
Hoje, obriguei-me, depois do almoço, a andar a pé, cerca de um quilómetro e meio. Até há pouco mais de um ano andava, por circunstâncias exteriores, cerca de 7 ou 8 quilómetros diáriamente, a pé. Era salutar e enriquecedor. Agora, já não me sinto obrigado a isso.
E nós, portugueses, somos bons - entenda-se a metáfora - a correr 100 metros. Não somos, no geral, corredores de médio ou longo curso. Claro que há a Rosa Mota e o Carlos Lopes, mas esses vão para além da poesia lírica: são uma epopeia... A persistência não é, normalmente, connosco.
Largamos os afectos, a investigação ou a procura, a admiração e o trabalho continuado, antes de cumprirmos a maratona.
Mas foi bom este quilómetro e meio, a pé, a que me obriguei. Vim ligeiro, apesar do calor, e vi que a levada já ia com pouca água, que cortaram os marmeleiros maninhos (infelizmente), que já há mais fósseis, à superfície, nas terras arenosas e ressequidas. E até trouxe, para casa, uma flor lilás, lindíssima, para oferecer.

7 comentários:

  1. Eu adoro andar, na cidade. Para andar no campo preciso de companhia o que nem sempre acontece. Ando todos os dias - é uma necessidade vital. É impossível não ter recebido uns genes...

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  2. E os versos da Cecília Meireles são lindos.

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  3. Com a minha mania de andar, um dia ia matando um amigo nosso na Via Ápia. Dá-me tanto prazer andar...

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  4. E pensa-se, bem, a andar: desperta o raciocínio - pelo menos para mim, MR.
    Mas, para mim, o problema é começar
    (por preguiça, normalmente)...

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  5. Faço o possível, meu caro belga, por destino.

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  6. Pensa-se muito bem a andar. Ordenam-se as ideias.

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