domingo, 22 de setembro de 2024

Língua estufada e altas cavalarias

 

O meu amigo Américo Guerreiro de Sousa (1942) chamou-lhe em ficção "O Cavalo"* (Os Cornos de Cronos, pg. 81), talvez por uma má impressão que lhe ficou de uma noite que por lá passámos, em companhia gentil, já altas horas nocturnas. O Galeto, inaugurado a 29/7/1966, criação de Vitor Pala e Bento d''Almeida, arquitectos, era um snack simpático, na Avenida da República, embora com muito pouco espaço ao balcão, para quem tinha pernas longas... Ainda hoje se mantém assim, curto de espaços. A cozinha é que continua merecedora dos melhores elogios.
Voltei lá, recentemente, para uma língua de vitela estufada, iguaria que não abunda pelos menus dos restaurantes de Lisboa. Muito boa, diga-se. Não fosse o serviço, pouco atento, e o tal espaço diminuto, por baixo do balcão, tudo iria muito bem.



* A que, na sequência associativa e embalado, acrescentou: "Havia cavalgaduras em barda por toda a parte: escarranchadas nas banquetas de couro, nas baias da estrebaria, de pé e amarradas à manjedoura. Viam-se ali todos os tipos de muares: éguas rabonas; garranos de pescoço magro com sotaque transmontano; alteres reais de alta-escola e bem feitos para o toureio a cavalo, à cernelha com belas guadianas, que nitriam alto pedindo cerveja e se saracoteavam no pequeno espaço de que dispunham; ..."

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