Não sem grande surpresa, verifiquei recentemente que os escritores franceses eram os mais premiados do Nobel da literatura. Nada menos de 15 autores, de 1901 até hoje, ultrapassando os norte-americanos (12) e os de língua inglesa (11). Há dias, li em Le Monde, também, este título significativo: Albert Camus, toujours aussi contemporain en ces temps de pandemie. A propósito da recente procura intensificada do seu romance La Peste, de 1947. Contemplando a convergência inesperada, acabei de ler ontem, de François Mauriac (1885-1970), no seu Bloc-notes II (pg. 366), uma referência à morte imprevista de Camus (4/1/1960), que vou passar a transcrever, traduzindo:
Uma chamada telefónica: Albert Camus (1913-1960) morreu. Algumas polémicas por altura da Libertação, aliás cortezes, e não tivemos outros contactos. A emoção que sinto dá-me melhor a medida do que ele representava para mim: o homem que terá ajudado toda uma geração a tomar consciência do seu destino. O absurdo deste mundo de crematórios alemães e de purgas estalinistas, que ele terá denunciado em nome de uma justiça cuja paixão estava nele próprio - sem que nunca tenha consentido dar-lhe um Nome, um Rosto a esta paixão, a esse amor.
Muito assertiva a apreciação de Mauriac sobre Camus.
ResponderEliminarBom dia!
Parece-me também, na sua síntese, muito correcta.
EliminarBoa tarde.