sexta-feira, 30 de abril de 2010

A um Pintor recém-chegado





29-30/4/10


Caro Amigo:
dizia Camões, da Índia, que "da terra vos sei dizer que é mãe de vilões e madrasta de homens honrados". Não será Goa assim, agora, pelo que me diz, e ainda bem. Terra que lhe foi propícia às artes e telas, muitas -pelo que me referiu. Folgo! Isto me fez lembrar a mais remota imagem que tenho, de si, na memória: quando, em 1970, me entrou em casa para me oferecer os dois volumes de Rilke, traduzidos por Paulo Quintela. E, depois, lá se foi a caminho de Cabo Verde. Mais tarde, Paris. Paço de Arcos, Algés, Oeiras são percursos desta já longa Amizade. E os almoços de Natal que nunca esquecerei. Nem o seu "Verão 79" e as "conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos" de que falava o Pessanha. Porque o seu Pai falava mais do Almada e do Pascoaes que tinha conhecido pessoalmente. E, do alto, víamos o Tejo a passar...
Ora, hoje, venho dar-lhe um grande abraço de parabéns. Acabou de entrar na 3ª"velocidade" (del rosa al amarillo) da vida, como dizem os biólogos. Seja bem-vindo!, que eu já cá estou. E, quanto a biologias, é mais consigo, que as estudou na Inglaterra, antes da tropa, onde nos conhecemos. Lembrei-me que, já nessa altura, além do Matisse, o meu Amigo gostava de ouvir Aaron Copland. Mas que ficou encantado, anos mais tarde, com um vinil que lhe emprestei com os "Lute and Mandolin Concerti" de Vivaldi. E decidi recordar-lho, hoje, pelo seu aniversário. E não se esqueça: enquanto há vida, há pintura. Até porque eu sempre gostei muito da sua. O abração de sempre,
A. S.

Sem comentários:

Enviar um comentário