quarta-feira, 14 de abril de 2010

Top ten : Romance português - Séc. XX



Destes recentes comentários (melhor diria, diálogos) sobre inícios e finais mais marcantes da nossa prosa literária do século XX, nasce este repto, aos meus Amigos e Visitantes do Arpose, para darem a sua opinião e preferências - daquilo que leram - em relação aos 10 romances portugueses, ou obras em prosa, que consideram maiores do nosso século XX. A minha escolha cronológica é:

1. "Húmus" - Raul Brandão
2. "A Casa Grande de Romarigães" - Aquilino Ribeiro
3. "A Escola do Paraíso" - José Rodrigues Miguéis
4. "Barranco de Cegos" - Alves Redol
5. "Sinais de Fogo" - Jorge de Sena
6. "A Manhã Submersa" - Vergílio Ferreira
7. "O Delfim" - José Cardoso Pires
8. "Finisterra" - Carlos de Oliveira
9. "Directa" - Nuno de Bragança
10. "O Memorial do Convento" - José Saramago.

P. S. : o deus da literatura me perdoe, se fui injusto ou esquecido...

15 comentários:

  1. Também não aprecio nada o "deus da literatura". Não tenho tempo nem pachorra...
    Vou pensar nesta lista e tentar fazer a minha. Difícil!...
    Alguns destes autores entram e livros, assim de caras, entram dois.

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  2. Eu gostava de ver uma Senhora. Para já Judite de Carvalho...

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  3. Não sei se consigo nomear dez.
    Começando pelos últimos que li, gostei muito do «De Profundis, Valsa Lenta», do José Cardoso Pires, e considero o «Em nome da terra», do Vergílio Ferreira, um dos melhores livros que já li em toda a vida. Vou a meio do «Nocturno em Macau», da Maria Ondina Braga, que também é um grande livro, assim como o «Estátua de Sal», igualmente dela. Gosto muito da escrita de Eça de Queiroz, gostei de ler «Os Maias» mas o meu preferido é o «A Cidade e as Serras».
    Júlio Dinis. Lembro-me que li a obra completa de Júlio Dinis quando era criança, e adorei. Há uns tempos comprei uma «Morgadinha», em edição de bolso, e constatei que ainda me recordo perfeitamente da história, que consigo encontrar os capítulos que preferia e que relê-los ainda me dá prazer. Julgo que é um escritor injustamente menorizado e esquecido.
    Li «O Memorial do Convento», mais pelo português (que me fascinou) que, propriamente, pela história. Tenho um problema com os livros do José Saramago: não consigo lê-los até ao fim. Comecei vários, mas ficaram todos a meio.
    E assim de repente, no género romance e escritor português, não lembro nada mais...
    Talvez porque o romance é o género literário que menos aprecio. Depois de uma infância e adolescência em que lia tudo o que me vinha à mão, seguiu-se uma década em que praticamente deixei de ler romances. Estranho, não é?

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  4. Meu caro "c. a.":
    uma escolha é sempre subjectiva. Em tempos fiz, com dois dos meus melhores amigos, este "jogo" ou repto dos 10 +. Não me lembro, para além do Aquilino e Cardoso Pires,se era coincidente...
    Concordo e acho justa a sua opção pelo "Em nome da terra". Acontece que "A manhã submersa" foi um dos meus romances "de juventude" e aguentou-se,bem, no tempo.Não incluí nem Eça nem J.Dinis por os considerar Séc.XIX.Estou quase a par, consigo, em relação a Saramago. Mas "O Memorial
    do Convento" é notável. Se o repto não fosse só para romances, a "Solidão" da Irene Lisboa lá estaria.Também me apeteceu por "Os Cornos de Cronos" e "O Dia dos Prodígios", mas sei que o faria por razões muito subjectivas.
    Obrigado pelo seu comentário e visita, sempre estimulantes - como já, uma vez,disse.

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  5. Assim de repente, há um que entra de certeza, até porque se os tivesse de colocar, por ordem de preferência, seria o primeiro ou segundo: "Sinais de Fogo".
    Também vou pensar. Se fosse só indicar os escritores era mais fácil.
    E Lobo Antunes também não faz parte da minha lista, nem de 10, nem de 20...

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  6. A par, Miss Tolstoi: também excluo, liminarmente,Lobo Antunes. E fico a aguardar, com expectativa,a sua escolha.

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  7. Então cá vai a lista, feita um pouco à pressa:

    “Maria Adelaide” – Manuel Teixeira Gomes (este foi um pouco aleatório; tinha de colocar MTG, mas a escolha é difícil)
    “A Casa Grande de Romarigães” - Aquilino Ribeiro
    “O Milagre segundo Salomé” - José Rodrigues Miguéis
    “O Mundo dos Outros” – José Gomes Ferreira;
    “Sinais de Fogo” - Jorge de Sena
    “Em Nome da Terra” – Vergílio Ferreira
    “Jogos de Azar” – José Cardoso Pires
    “Tanta gente, Mariana”, de Maria Judite de Carvalho
    “O Ano da Morte de Ricardo Reis” – José Saramago
    “Lillias Fraser” – Hélia Correia

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  8. Vim fazer uma alteração na Maria Judite de Carvalho e colocar antes os "Diários de Emília Bravo" (não me lembraria desta escritora se não fosse um comentário anterior; obrigada, Luís!).

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  9. O memorialismo é considerado uma obra em prosa?

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  10. É verdade - que disparate, o meu! - Júlio Dinis e Eça de Queiroz são do séc. XIX e a ideia era escritores do séc. XX. Sabe, sou um completo desastre a fazer certas tarefas, como por ex. preencher formulários. Engano-me sempre! Por aqui se vê porquê...
    Grato pela sua sempre gentil atenção. Para mim as visitas ao «Arpose» são invariavelmente um intervalo de luz e cor, num «quadro» diário, regra geral, monocromático e em tons de cinzento. É um prazer!

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  11. Uns comentários aos comentários e escolhas anteriores:
    gosto de Manuel Teixeira Gomes e de Maria Judite de Carvalho;
    gosto de todos os livros que foram referidos de Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires, mas escolhi outros;
    gosto de Directa e de O ano da morte de Ricardo Reis.

    Mas como só podia escolher 10, a minha escolha reflecte também a minha paixão por memórias (resolvi incluir o memorialismo) e crónicas:
    Memórias - Raul Brandão;
    A casa grande de Romarigães - Aquilino Ribeiro (mas podia ter sido Um escritor confessa-se, o livro de Aquilino que mais vezes li);
    O milagre segundo Salomé e A escola do paraíso - José Rodrigues Miguéis;
    Mau tempo no canal - Vitorino Nemésio;
    Aparição - Vergílio Ferreira;
    Sinais de Fogo - Jorge de Sena;
    A cavalo no tempo - José Cardoso Pires;
    O memorial do convento - José Saramago;
    Crónicas - António Lobo Antunes.
    Afinal o “deus da literatura” entrou, inesperadamente. Mas não podia deixar de fora as suas crónicas fabulosas. E as de Abelaira já não puderam entrar.
    Também gostava de ter colocado Wenceslau de Morais. Mas…

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  12. Coloquei nove autores e dois livros de um deles, o autor do século XX que mais leio: José Rodrigues Miguéis. Tudo o que escreveu é bom: romances, contos, crónicas,...

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  13. Para Miss Tolstoi:
    eu também sou um incondicional da prosa límpida de TG e, só não o incluí por ele ter sido um minimalista fragmentário. A "Salomé", de Miguéis, li-a muito tarde. Só tinha ouvido elogios, e assassinaram-ma por entusiasmo (como diria o Cioran), antes. Quando li, fiquei àquem.
    Da Hélia Correia, mea culpa, nunca li nada.

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  14. Cara MR:
    gosto muito das "Memórias" onde RB perde o seu tom habitual de registo do desespero, à russo.
    Com "Mau Tempo no Canal" acho que lhe fiz uma má leitura. Talvez lá regresse, um dia. Mas Nemésio é um dos meus 10 poetas do séc. XX - sem sombra de dúvida. Não me lembro ou não conheço, no entanto, "A cavalo no tempo" de Cardoso Pires: crónicas?,contos?

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  15. Nemésio também é um dos meus poetas, não sei se fica entre os 10 primeiros (tenho de fazer a lista), mas se não ficar é por pouco.
    A cavalo no tempo são crónicas.

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