Já uma vez por aqui referi que Maigret era bem frequentado, por alguns dos nossos escritores. Na colecção da Bertrand (49 volumes?) Georges Simenon foi traduzido, ao menos, por António Barahona da Fonseca (nº 9 e 39), Vasco Pulido Valente (nº 11), Maria A. Menéres (nº 26) e Ana Luísa Amaral (nº 27).
Pela colecção Vampiro, da Livros do Brasil, tinha já acontecido uma situação muito semelhante. Até Alexandre O'Neill traduziu Simenon. Sempre considerei este facto como uma hipótese de virem a existir versões portuguesas de melhor qualidade pelo trabalho destes escritores. Uma ou outra pequena dúvida no texto português, eu decidia-a a favor do tradutor e contra mim.
Embora as traduções de Simenon para alemão também não foram, na altura, bem apreciadas pela crítica, apesar do trabalho ter sido efectuado pelo poeta Paul Celan.
Mas a última discrepância deixou-me sem solução à vista. Tratava-se da palavra Strand (pgs. 115 e 147), traduzida no livro "O revólver de Maigret" (nº 39 da Bertrand) como masculino, por A. Barahona da Fonseca. Do meu ponto de vista, deveria ser feminina. Strand é, de significado base e linear: praia, margem, em português. Até justificável, em si, pela rua ser paralela ao Embankment do rio Tamisa, que corre nas proximidades. E, por sua vez, rua, em português, é também substantivo feminino. Daí a minha dúvida sobre esta versão portuguesa, masculina.
Mas lá afirma a sabedoria popular: No melhor pano cai a nódoa.
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