Recentemente terminada a leitura de Caminhos de Evasão (1982), de Graham Greene (1904-1991), livro já aqui referido (30/6/2021), e cuja discutível tradução, no tocante a qualidade, não posso deixar de referir, além de uma certa desarrumação talvez autoral (?) que se ressente nesta versão portuguesa, a segunda parte da autobiografia (a primeira intitulava-se A Sort of Life) do escritor inglês não deixa de ter interesse, pelas muitas informações que nos traz. Sobretudo a nível da criação literária e da génese dos seus livros. Alguns dos quais tiveram o seu ponto de partida em sonhos de Graham Greene, mais tarde desenvolvidos e um pouco alterados.
Da leitura, e da página 204, aqui ficam algumas linhas que achei curiosas: "Para escrever um romance é necessário fazer um grande esforço, que obriga o autor a passar muitos anos fechado dentro do seu «eu» deprimido; foi sempre nos «entretenimentos» que procurei encontrar alívio - tanto o melodrama como a farsa são expressão de um estado de semi-loucura. Assim, procurei encontrar a minha evasão habitual na minha terceira peça The Complaisant Lover; porém, quando cheguei à última cena descobri que o estado depressivo tinha entrado numa proporção quase igual à da mania. Talvez seja por isso que eu sentia tanto prazer em escrever."
Segundo Bachelard, imaginação e sonho andam de mãos dadas.
ResponderEliminarBoa semana!
Ernst Jünger dava-lhes grande importância. Também eu gosto de tentar decifrá-los..:-)
EliminarNunca poderia usar os meus sonhos para algo de produtivo, porque são demasiado confusos :-D Boa tarde!
ResponderEliminarCreio haver, quase sempre, algo de caótico nos sonhos. Greene, decerto, reordenava-os..:-)
EliminarBoa noite.