A catedral de León consegue contemplar-se de uma única mirada e pode compreender-se de imediato. É de uma suprema simplicidade e, por isso, de uma enorme elegância. Poderia afirmar-se que nela se resolveu o problema arquitectónico, em simultâneo da engenharia e da arte, ao ocupar o maior espaço com a menor quantidade de pedra. Daí a sua aérea ligeireza com aquelas grandes aberturas revestidas de vitrais com figurações polícromas, por onde a luz se matiza e alegra através de diversas cores.
Isso me sugeriu uma reflexão associada ou metafórica aplicada à arte da poesia e, em geral, à literatura. E é assim que como esta genuína arte gótica de arquitectura foi cobrindo amplos espaços com pouca pedra, sem mais que bem talhar e agrupar bem, também a poesia se há-de cobrir e encerrar-se no maior espaço ideal, expressando-se com o mais amplo sentido possível de representação, através do menor número de palavras...
Miguel de Unamuno (1864-1936), in Andanzas y Visiones Españolas (pg. 78).
O texto é interessante. Bom dia!
ResponderEliminarUnamuno tem uma escrita muito límpida e sugestiva.
EliminarBoa tarde.
Gosto muito deste Miguel que, segundo consta, foi um dos dois Miguéis ibéricos a inspirarem o Dr. Adolfo Rocha a mudar de nome.
ResponderEliminarGostava muito de ler este livro, talvez consiga encontrá-lo na biblioteca.
Bom dia!
Boa sorte na procura do livro!
EliminarBoa tarde.