Já há uns anos que não vou a Inglaterra, mas quando ia muito, nos anos 80 e 90, via que as pessoas liam muito, mas muita literatura light, que ainda não tinha feito a sua aparição por cá. Boa noite!
Eu julgo que já tinhamos "light" nos anos 50, só que não dávamos por isso, nem frequentávamos... Agora é que é tudo mais promíscuo e as pessoas são cada vez menos exigentes ou, então, perderam o sentido crítico. Gentilezas da democracia, numa abrangência caridosa para aceitar tudo como arte, literatura, cinema, etc... As próprias elites perderam o sentido estético, de gosto, de sublinhar o exemplo, de fazer crítica consistente.
Uma afirmação em 1942. E agora como será? Pelo que me parece, olhando os expositores de livros, continuamente vejo novos autores. Haverá qualidade? Não sei imaginar.
Não tenho dúvidas em afirmar que a qualidade, de um modo geral, piorou consideravelmente. Mas como também deixou, quase, de haver crítica, as coisas saem mais facilitadas às editoras...
Em minha opinião existe hoje uma imensidão de indivíduos que, apesar de ostentarem graus de ensino elevados, têm uma capacidade interpretativa muito fraquinha, APS toca no fulcro, da questão, uma falta de sentido critico. Quanto à questão da qualidade de MF, como se publica imensamente mais, poderá haver uma proporcionalidade no melhor e no pior, claro que houve uma serie de escritores de talento que embora tenham desaparecido,historicamente, há pouco, foram talvez os últimos de outro tempo, estou a pensar em Saramago, Agustina, Torga, Eugénio, entre outros.
A crítica séria e descomprometida faz muita falta. Lembro três nomes: Óscar Lopes, Álvaro Salema, Gaspar Simões - à sua maneira e de forma simples, mas explicada, diziam-nos o que pensavam de uma obra. E nós fazíamos um juízo ulterior. Hoje (vergonha das vergonhas!) até há blogues, com cabeças de turca (porque normalmente são mulheres) a falar de livros, pagos, disfarçadamente, pelas editoras... Isto anda tudo inquinado, infelizmente.
lamentavelmente da minha parte, dos três nomes que enunciou apenas o de Gaspar Simões me estava na memória e por causa da qualidade da sua análise. Para alem dessa publicidade encapuzada que refere, saliento também a mercantilização e o comercialismo no seu pior, vendem livros como quem vende desodorizantes.
Óscar Lopes tinha uma fina análise, talvez intuitiva, mas certeira; A. Salema era mais marcado, ideologicamente, mas sério nas recensões que fazia. Hoje, tirando muito raras excepções, é tudo muito mais venal e pouco digno de crédito, como aliás refere por outras palavras.
Já há uns anos que não vou a Inglaterra, mas quando ia muito, nos anos 80 e 90, via que as pessoas liam muito, mas muita literatura light, que ainda não tinha feito a sua aparição por cá.
ResponderEliminarBoa noite!
De qualquer modo é melhor ter a população alfabetizada.
ResponderEliminarPor cá, parece-me é que muita gente não compreende o que lê.
Eu julgo que já tinhamos "light" nos anos 50, só que não dávamos por isso, nem frequentávamos...
EliminarAgora é que é tudo mais promíscuo e as pessoas são cada vez menos exigentes ou, então, perderam o sentido crítico. Gentilezas da democracia, numa abrangência caridosa para aceitar tudo como arte, literatura, cinema, etc...
As próprias elites perderam o sentido estético, de gosto, de sublinhar o exemplo, de fazer crítica consistente.
Uma afirmação em 1942. E agora como será?
ResponderEliminarPelo que me parece, olhando os expositores
de livros, continuamente vejo novos autores.
Haverá qualidade? Não sei imaginar.
Não tenho dúvidas em afirmar que a qualidade, de um modo geral, piorou consideravelmente.
EliminarMas como também deixou, quase, de haver crítica, as coisas saem mais facilitadas às editoras...
Em minha opinião existe hoje uma imensidão de indivíduos que, apesar de ostentarem graus de ensino elevados, têm uma capacidade interpretativa muito fraquinha, APS toca no fulcro, da questão, uma falta de sentido critico. Quanto à questão da qualidade de MF, como se publica imensamente mais, poderá haver uma proporcionalidade no melhor e no pior, claro que houve uma serie de escritores de talento que embora tenham desaparecido,historicamente, há pouco, foram talvez os últimos de outro tempo, estou a pensar em Saramago, Agustina, Torga, Eugénio, entre outros.
ResponderEliminarA crítica séria e descomprometida faz muita falta.
EliminarLembro três nomes: Óscar Lopes, Álvaro Salema, Gaspar Simões - à sua maneira e de forma simples, mas explicada, diziam-nos o que pensavam de uma obra. E nós fazíamos um juízo ulterior.
Hoje (vergonha das vergonhas!) até há blogues, com cabeças de turca (porque normalmente são mulheres) a falar de livros, pagos, disfarçadamente, pelas editoras...
Isto anda tudo inquinado, infelizmente.
lamentavelmente da minha parte, dos três nomes que enunciou apenas o de Gaspar Simões me estava na memória e por causa da qualidade da sua análise. Para alem dessa publicidade encapuzada que refere, saliento também a mercantilização e o comercialismo no seu pior, vendem livros como quem vende desodorizantes.
EliminarÓscar Lopes tinha uma fina análise, talvez intuitiva, mas certeira; A. Salema era mais marcado, ideologicamente, mas sério nas recensões que fazia.
EliminarHoje, tirando muito raras excepções, é tudo muito mais venal e pouco digno de crédito, como aliás refere por outras palavras.