segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Michael Hartnett (1941-1999), irlandês


O Homem como sonhador: Falamos do Futuro

...tem de haver uma colina,
alta, certamente, e crepuscular.
Tem que haver alguns pássaros,
tristemente audíveis, todos eles:
uma neblina necessária,
pequenas gotas de chuva:
sim, mas também, enorme,
um ar de satisfação.
Teremos ambos que ser velhos,
e as nossas esposas, evidentemente,
já morreram. Jovens, tragicamente.
E todos os nossos filhos terão ido
para longe, para terras estranhas,
ou, então, nunca terão nascido.
Passamos por uma guerra,
tivemos fome, fomos heróis:
e aqui estamos, agora, muito calmos,
bem alimentados, e sobreviventes.
As colinas são antigas, silentes:
o fumo do cachimbo sobe no ar.
Viemos de muito longe...

3 comentários:

  1. Deste poeta, que também escreveu em irlandês (sobretudo, na fase final da vida), foi um dos poemas, em inglês, de que mais gostei.

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  2. Infelizmente, não conheço este poeta.

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