No primeiro volume desta antologia de poesia alemã (capa em imagem), de René Lasne, na sua versão para francês, André Meyer, no prefácio, refere: On peut dire que la traduction d'un poème se décompose en deux temps: il faut d'abord tuer l'óriginal et ensuite le ressusciter. La première opération est à la portée de tout philologue scrupuleux, mais la seconde exige des dons de créateur. ... Traduzindo para português: " Pode dizer-se que a tradução de um poema se decompõe em dois tempos; em princípio é necessário destruir o original e em seguida ressuscitá-lo. A primeira operação está ao alcance de um filólogo escrupuloso, mas a segunda requer os dons de um criador. ..."
Comentário pessoal: eu acrescentaria um pequeno acréscimo subjectivo, à citação. A versão numa outra língua exige alguma "adivinhação" ou, melhor dizendo, intuição para chegar correctamente à intenção do poeta, nos versos originais. Sem isso o resultado nunca será satisfatório.
Concordo em absoluto. Mesmo na trad. de um romance, o trad. tem de encontrar a forma de por em bom português o que o autor escreveu na sua língua. E a maioria das vezes, isso não acontece.
ResponderEliminarBoa semana!
Com alguma frequência encontro poemas de que gosto, mas que se me recusam a uma compreensão total, e tenho pena de não conseguir, com rigor e certeza, traduzi-los.
EliminarRetribuo os votos, cordialmente.
Penso que 'ressuscitar a alma' de um poema traduzido do seu idioma original, para qualquer outro, requer tanto de dons criativos, quase divinos, quanto de intuição 'adivinhatória'. Logo, tanto o autor do prefácio, quanto o autor do acréscimo ao mesmo, estão em perfeita sintonia...
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