segunda-feira, 21 de julho de 2025

Desabafo (99)

 

Quem usa os serviços da MEO sabe, por experiência própria, que eles deixam muito a desejar. Desde o mandato do Eng. Murteira Nabo (1939), à frente da sua antecessora Portugal Telecom, e a partir dos granadeiros e bavas, seguintes, que tudo começou a descambar. Um recente pedido nosso, para tentar melhorar a velocidade da Net no computador pessoal, acabou por ainda piorar o desempenho, após a intervenção de gentes dessa empresa.
Entretanto, de há anos que tenho contratado com a MEO, um serviço de telemóvel pré-pago, em que mensalmente me era cobrado 1 euro de comissão. Pois hoje, e sem prevenirem ou dizerem algo, passaram a cobrar-me 1,50 euros. Um aumento, sem ao menos justificarem, de 50% - um autêntico despautério de especulação! Apetece exclamar, como dantes se dizia: "Vão lá roubar para o pinhal de Azambuja!"
Por onde é que andará a ERSE?

domingo, 20 de julho de 2025

Toponímia

 

O tempo acaba quase sempre por destruir a realidade ou, ao menos, por desfazer a associação que ligou, com lógica, de início, o motivo e o local. Hoje, não há alecrim, na rua homónima de Lisboa, nem flores senão nas varandas da dita estreita artéria. Mais distante porém, e enigmático, seria como foi chamado Pote das Almas, ao que é hoje o nome limpo lisboeta de rua Nova do Almada.

Michele Esposito (1855-1929)

Osmose 145

 
Compreendo perfeitamente os abusos que se fazem sobre alguns verbos, de natureza afectiva, por parte de uma grande parte da gentinha que polui a blogosfera. Adorar, amar, por exemplo, são usados, indistintamente, por quem não sabe usar a medida e o grau. Volúveis, quando não irracionais, estas criaturas levezinhas de cabeça são capazes de incensar um amigo recente de que muito pouco conhecem, esquecendo, com leviandade, os antigos companheiros. 
Gente pouco fiável, que eu gostaria de lembrar neste vago Dia Internacional da Amizade.

sábado, 19 de julho de 2025

Ultimas aquisições (61)

 


Criação de Vitor Silva Tavares (1937-2015), embora irregular de qualidade na sua inclusão, talvez excessivamente, genererosa de autores, a colecção & etc iniciou-se em 1974 e contou com cerca de 400 títulos até 2013.
W. H. Auden (1907-1973) é porém um autor seguro, bom poeta e arguto ensaísta, apreciado por mim, o que me levou a comprar este livro, recentemente e sem hesitações, e com vontade de o ler.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Estado da natura 5

 

Esta magnífica roseira que nos acompanha há 3 ou 4(?) anos, na varanda a sul, produz, com regularidade e quase em simultâneo, três rosas, ciclicamente. Em pé alto (coisa rara) que chega limpo de outras rosas a atingir um metro bem medido. De rubra cor apurada, enche de alegria a varanda, e quem a vê no seu esplendor florido.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Curiosidades 113

 

É sempre tempo de aprender coisas novas. Recentemente, vim a saber que os astecas, sendo embora de uma cultura com aspectos sanguinários, que incluía sacrifícios humanos, cultivavam e se interessavam por saberes avançados para a época, tendo chegado, após a invasão e domínio espanhol, a traduzir Esopo e Erasmo para a sua própria língua.
Outra novidade para a minha ignorância, foi saber que os egípcios representavam, nas suas pinturas, os homens a vermelho  e as mulheres a amarelo. Justificando-se o facto por os homens se exporem ao sol e as mulheres ficarem em casa, sendo por isso mais pálidas...

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Filatelia CXLV



É minhas convicção enraízada que a qualidade estética e beleza da produção de selos dos correios da maior parte dos países tem vindo a piorar substancialmente, nos últimos decénios. Talvez escapem as estampilhas da Alemanha, da Inglaterra e pouco mais.
Em geminação, e talvez para me penitenciar de um comentário desprimoroso que fiz num poste do Prosimetron, da MR, sobre uns selos actuais de França que apareciam em imagem, aqui deixo o testemunho de beleza de alguns selos dos anos 40 a 70 do século passado, em que o cuidado gráfico dos correios gauleses era soberano e digno de admiração, nessa época.

Vir à tona

 

Todos os grandes museus têm falta de área expositiva,  daí serem como os icebergues, que mantêm fora de água apenas cerca de 15% do seu volume. Assim as reservas museológicas guardadas e não expostas são normalmente em número muito superior ao que se pode ver. Ultimamente porém algumas importantes insntituições organizam exposições temporárias para darem a ver peças das suas reservas.
O Museu Albert e Victoria (Londres), que recentemente alargou as suas instalações, conseguiu expôr cerca de 250.000 novos objectos, que se encontravam nas suas reservas. E fez mais, permite que um número restrito de visitantes possa encomendar 5 objectos, dum catálogo seleccionado previamente, que queiram observar, e o façam sob a supervisão de um conservador do museu. 
Desta selecção constam, por exemplo, um vestido Balenciaga ou um par de óculos originais que foram usados por Elton John.




domingo, 13 de julho de 2025

Citações DXVII

 

O pensamento não começa senão por uma dúvida.

Roger Martin du Gard (1881-1958), in Correspondance avec André Gide.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Fernando Guimarães (1928-2025)

 

Decano dos grandes poetas portugueses, ainda vivo, e portuense, calou-se ontem para sempre a sua voz singular. Ensaísta arguto e crítico também de poesia, além de tradutor de qualidade, com extensa obra.



Por outro lado, pertencia por direito próprio àquele grupo raro de poetas portugueses pensantes que engloba Sá de Miranda, F. Manuel de Melo e Jorge de Sena, entre os mais destacados.
Citémo-lo, a propósito:

A morte está cansada e assim encontra
no teu corpo a nudez, lugar de outro repouso.

Joseph Touchemoulin (1727-1801)

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Testemunho




Os instantâneos pertencem a um portefólio singular que atesta a relação amistosa  e recíproca de Hitchcock/Truffaut. As fotos são dos anos 60 do século passado e foram tiradas por Philippe Halsman, fotógrafo membro da Agência Magnum.





quarta-feira, 9 de julho de 2025

Louvor

 Louvor

Num momento de ataque acelerado, de todas as forças que considero pouco, ou nada, democráticas ou solidárias ou humanas, contra uma orientação serõdia e  passada de compaixão para com os pobrezinhos, não posso deixar de reiterar o meu louvor aos funcionionários, auxiliares, médicos, que enviei, a quem devia, após um recente episódio de internamento.

Infelizmente, poucos são os utentes que se apercebem do enorme esforço - médico, humano, assistencial e de dedicação daqueles que nos confortam em épocas de maior  necessidade, superindo, de forma exemplar, as nossas fraquezas de autonomia. Motivo supremo de sofrimento a falta de autonomia !

No final deste dia, e por imagens pouco agradáveis do responsável do sector da Saúde, gostava de sublinhar, ainda com maior força e vontade anímica, o meu apoio aos médicos, enfermeiros e auxiliares, porque merecem mais do que lhe prestado pela tutela.

Deverão ser os utentes, verdadeiros democratas, a dar o seu testemundo para desmascarar o intento oculto, a saber, passar a assistència para os  prestadores privados.

Aqui estou, mais uma vez agradecida pela execelência do tratamento, aos médicos, à assistència e até de comida.

Nunca fiz, com satisfação, nada sobre o atendimento, nem a assistència médica, sem nenhum louvor a uma consulta ou assistència no sector privado. Porque  os resultados não o jusiticavam.

Os resultados do mesmo prestador privado obrigavam sempre a um novo exame no Serviço Público, este afinal de excelência. 

Com efeito, confiança absoluta no SNS ! Que a sociedade de cidadãos se levante contra estas manobras suezes de encobrir a sua intenção de acabar com o SNS.

Post de HMJ

Memória 153

 

Desta última exposição de Pedro Chorão (1945), na galeria Sá da Costa, em Maio de 2025, ficou-nos este magnífico catálogo ilustrado, com o título homónimo da mostra - Diálogos Sensíveis.
Pena que o original acervo fotográfico sobre o Alentejo, nas mãos do Pintor, que esteve para ser publicado pela IN-CM, não o tenha sido por vicissitudes várias, alheias ao artista.

terça-feira, 8 de julho de 2025

John Field: (1782-1837)

Divagações 207

 
Despacho rapidamente os contactos que me chegam da Meo (dizendo que vou desligar...), via conversa chapa zero tipo chinelo e de call-center chunga. Conheci algumas (poucas) pessoas que se dedicavam a esta actividade: eram preguiçosas e fala-baratos sem grandes objectivos na vida.
Não percebo o alcance, nem esta actividade foleira das nossas operadoras nacionais de comunicação.
Ainda assim prefiro os operadores de caixa das grandes superfícies que, também sendo indiferenciados e algo limitados de cabeça, variam um bocadinho de diálogo e tentam ser diferentes para chegarem a fiscais de caixa ou outras melhores posições profissionais.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Regionalismos madeirenses (7)

 


Em sequência temática seguem-se mais cinco regionalismos com palavras iniciadas pelas letras P, Q e R:

1. Poviço - grande aglomerado de pessoas.
2. Quinar* - dar-se mal. Bater com o nariz na parede.
3. Rabiçar - acto de expelir pela boca substâncias contidas no estômago. Vomitar.
4. Relampada - pancada na cara dada com a palma ou com as costas da mão aberta.
5. Reque - objecto inútil e sem valor; coisa sem importância.

*No Minho, pelo menos, usava-se este verbo também com o significado de: morrer.

3 perspectivas sobre a tradução

 "... ou o tradutor deixa o autor em paz... e traz o leitor até si; ou ele deixa o leitor em sossego e leva o autor até ele."  Friedrich Schleiermacher (1768-1834).

...

" A tradução é uma espécie de leitura. "  Maurice Merleau-Ponty (1908-1961).

...

" A tradução é totalmente um género próprio, mas por alguma razão permanece como uma tendência para explicar por analogia. Um tradutor é como um actor desempenhando um papel, um músico interpretando uma peça musical, um mensageiro que, algumas vezes, deturpa a mensagem. " Eliot Weinberger (1949).

domingo, 6 de julho de 2025

Mercearias Finas 210

 


Calhou termos de ir ao mercado, de manhã, buscar uma garoupa que estava encomendada, para o almoço. A banca da Ângela estava repleta de bom peixe, onde imperavam uns bonitos salmonetes. Mas havia também peixe-espada nas suas duas variedades: branco e preto. Que me foi sugerido e declinei: "Temos o frigorífico cheio, já não cabe mais nada!"
E depois acrescentei: "Não como peixe-espada desde os anos 70. Saturei." Explicando que, em Coimbra, tinha as refeições contratadas ao mês, por 600$00 e, por causa dos preços, tive que gramar carapaus e peixe-espada branco, 3 a 4 vezes por semana, porque eram peixes mais baratos. De carapau ainda recuperei, agora de peixe-espada bastou. Para nunca mais!


A nossa garoupa a caminho do forno...
E, como hoje é o Dia Nacional do Vinho, irá ser acompanhada por um Alvarinho Deu La Deu 2024.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Em busca da eternidade


Megalómanos e tolinhos, parece que arrolaram mais de 500 testemunhas para adornar o Processo Marquês. Estes agentes psicóticos da pequena  justiça  à portuguesa bem mereciam o Guiness, ou uma porrada valente nos costados que os fizesse cair, de vez, na realidade.
Irra, até a estupidez tem limites!

Humor negro (25)

 


Justiça, à portuguesa, é não só cega, como relaxada e lenta como uma lesma. Além de arrogante e presumida, na sua pequenez incompetente, na maioria dos casos.
Enumerem-se, por exemplo, as prescrições e os arquivamentos de processos por que é responsável.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Convergências

 


Não deixa de ser uma bela fotografia onde coincide a atenção musical de um maestro celebrado e de um talentoso pianista, falecido há pouco tempo. Infelizmente, não consegui identificar o autor da foto.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Um título

 
O jornal Expresso titula, hoje: "De Carlos Alexandre a Susana Seca: em mais de dez anos, o processo da Operação Marquês passou por 300 juízes."
Para já, nunca imaginei que o MP tivesse tanto pessoal, tendo em vista o trabalho (?) produzido, e  dei-me a pensar algumas coisas que passo a referir:
-  a maior parte dos juízes se calhar cansaram-se e desistiram de trabalhar o processo.
- com o intenso labor dispendido terão passado à aposentação por incapacidade funcional ou mental.
- deixaram de ter curiosidade em  consultar o processo.
- meteram baixa prolongada, sendo substituidos por outros colegas mais frescos.

Uma fotografia, de vez em quando... 198

 


Nos últimos anos, os melros têm sido dos pássaros mais abundantes nas nossas redondezas. Nervosos nos seus passos ligeiros saltitantes, raramente se deixam apanhar pelas objectivas. Mas este fotógrafo anónimo, que não consegui identificar, teve o seu momento de sorte...

Citações DXVI

 


Penso que toda a nossa vida se mostra no rosto e devemos mostrar orgulho nesse facto.

Lauren Bacall (1924-2014), in Daily Telegraph de 2/3/1988.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Da Holanda

 

O lado visionário e paradoxal da obra do holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) está profusamente documentada neste livro da Taschen que teve a sua versão (2008) portuguesa, fielmente reproduzida da original, e que tem a vantagem de todas as gravuras serem acompanhadas de um texto alusivo e/ou explicativo do seu autor.



A xilogravura 7. Sonho (1935) é legendada pelas seguintes palavras de Escher: " sonha o bispo com um louva-a-deus, ou é toda a representação um sonho do artista?"


Grato reconhecimento a H. N.

Ferruccio Busoni (1866-1924) - Sonatina brevis K 280

Adagiário CCCLXXXI


 

Cágado para que queres botas, se tens as pernas tortas?

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Teixeira Gomes

 


Em imagem, são duas das obras fundamentais na bibliografia de Manuel Teixeira Gomes (1860-1941), para melhor compreensão da vida e obra do escritor algarvio. A primeira, que tem como autor o jornalista Norberto Lopes (1900-1989), a segunda de Urbano Rodrigues (1888-1971), cujo filho, Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013), reincidiu familiarmente com pelo menos 4 estudos sobre o mesmo prosador. Circunstância feliz, semelhante ao que aconteceu com os Prado Coelho no estudo continuado de Camilo Castelo Branco.
(Até parece que há gostos que se transmitem nos genes.)

sábado, 28 de junho de 2025

Ideias fixas 97

 
A vantagem do maestro é que, em toda a orquestra, é o único profissional que pode dar-se ao luxo de perder as estribeiras com o corpo e gesticular à vontade e com desatino frenético.

Final da 1ª. Sinfonia de Mahler ("Titã")

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Sacrilégio

 
Em zapping ocasional, na RTP Memória, ouvi, há pouco e por acaso, a voz de Alfredo Marceneiro (1891-1982) a cantar um fado ("Amor é água que corre..."). E, inesperadamente, lembrei-me de Bob Dylan.
Será por serem vozes a cair da tripeça?

Estado da natura 4

 

Embora no pleno geral da produção que, normalmente, coincide por este altura do ano, nunca o vaso da varanda a sul nos tinha brindado com um tão numeroso conjunto de buquês de hortênsias, quase em simultâneo esplendor florido.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Desabafo (98)


Dizem os jornais que o Ministério Público vai entrar em greve em Julho. Os canais televisivos confirmam.
E eu que pensava que os agentes da pequena justiça à portuguesa estavam em greve prolongada, há anos!...

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Em louvor de uma editora

 
Houve tempo em Portugal em que as editoras tinham preocupações pedagógicas, quando não éticas. Guiavam-se também pelo lucro naturalmente, mas orientavam as escolhas das suas obras por critérios de qualidade literária. De David Corazzi a Rolland & Semiond, da Portugália aos Livros do Brasil, mais recentemente, comprar livros destas editoras era uma garantia de estarmos a adquirir obras de nível cultural. Hoje, são raras as empresas que pautam os seus critérios para lá do lucro, exclusivamente.



De fora, chegavam-nos também ecos da exemplaridade estética de algumas casas editoras. Uma das que eu tenho de memória era a empresa de Albert Skira (1904-1973), sediada na Suiça, que se especializou de forma magnífica em livros de arte e sobre pintores. Aqui a lembro, por imagem, através de um belíssimo livro sobre Henri Matisse (1869-1954), de 1959, obra que me foi oferecido pelo meu amigo H. N., a quem mais uma vez agradeço a lembrança.



Impromptu 83

sábado, 21 de junho de 2025

Antologia 25



As Matanças

Mês de Dezembro, na Junça, na casa do Manuel Coelho, lavrador dos mais remediados da povoação e que, por esse facto e por ter numerosa família, mata dois porcos, cada um deles de peso não inferior a oito arrobas. Mal amanheceu, toda a família se pôs a pé, a arrumar, a limpar, a chegar os panelões à fogueira de ramos de tomilho e de giestas com achas de carrasqueira e freixo, o mais novito até, o Augusto, em fralda ainda, a fazer piruetas e a cantarolar no meio da casa. Os porcos, que não comeram a ração última da tarde, grunhem na corte, desconhecedores do mal que os espreita. Afiam-se facas, ajeitam-se estopas para calafetar o buraco mortal da mortal ferida do porco, limpam-se convenientemente alguidares e barrenhões para o sangue, deita-se-lhes uma porção de sal no fundo, vai-se ao sobrado pelo chambaril que há-de suspender pelos jarretes o cadáver, para ser aberto; (...)

Carlos Alberto Marques, in Beira Alta (pg. 157).

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Bibliofilia 223



Já por aqui falei  de M. Moleiro Editor, sediado em Barcelona e com delegação em Madrid.
Ciclicamente, recebo encartes que dão conta, por imagem e texto, das reproduções que fazem, para venda, de livros preciosos e raros de vários países. Neste último encarte que recebi, anunciam a edição facsimilada do Atlas de Fernão Vaz Dourado (1571), que consta do acervo da Torre do Tombo.
O editor Moleiro está presente na Feira do Livro de Lisboa no pavilhão D38, até 22 de Junho de 2025. 



quinta-feira, 19 de junho de 2025

Citações DXV



Dever da lucidez: conseguir chegar a um desespero correcto, a uma ferocidade olímpica.

E. M. Cioran (1911-1995), in Syllogismes de l'amertume  (1952).

quarta-feira, 18 de junho de 2025

terça-feira, 17 de junho de 2025

Alfred Brendel (1931-2025)

 

Faleceu um dos meus pianistas preferidos para ouvir Liszt, Beethoven ou Schubert.

Divagações 206

 

É minha convicção que o rigor e a exigência abrandaram no mundo, nos últimos tempos. A tolerância quando não o relaxe ganharam uma flexibilidade impensável ainda no século passado. Ponto assente, anteriormente, era de considerar a literatura policial como um género menor...
A precedência de Georges Simenon em La Pléiade, de algum modo, permitiu que a prestigiada colecção francesa, quase equivalente a uma academia de imortais, viesse a albergar  agora parte dos livros de Arthur Conan Doyle (1859-1930), em dois volumes. Incluindo a dita obra canónica do escritor composta por 4 romances policiais e 56 novelas, produzidos entre 1887 (Um estudo em vermelho) e 1927, que têm por figura central o detective Sherlock Holmes. 

domingo, 15 de junho de 2025

2 poemas de Dorothy Wellesley (1889-1956), em versão poruguesa



Moon

Ah, quem consegue esquecer  sua primeira noite?
Por onde a lua carnal há-de nascer?
A terrena, a  luz mais sensual
que no céu do planeta havia de brilhar.


Godparents

A divina Imaginação veio até mim,
Para acender a candeia da cabana.
A doce Filosofia abriu a porta 
E a sublime Razão veio com ela.


Dorothy Wellesley (1889-1956), in Lost Planet and other poems (1942).





sexta-feira, 13 de junho de 2025

Comic Relief (164)

 

É passível de variadas interpretações, quanto a mim, este curioso cartoon de Selçuk (1954), inserido recentemente em Le Monde. Entre a artificialidade da profissão em causa (diplomacia) e seus agentes flexíveis, e as guerras que, por interpostos terceiros, grassam no mundo, por exemplo.
Que cada um faça a sua própria leitura.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Memória 152

 

Passaram recentemente (6 de Junho) 150 anos sobre o nascimento do grande escritor alemão Thomas Mann (1875-1955). Obras como A Montanha Mágica (1924) ou A Morte em Veneza (1912) fazem parte da minha memória maior de literatura europeia.
Assim, esta modesta evocação.

Maria João Pires | Claude Debussy: Arabesque No. 1

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Penúltimos



Tive hoje a grata surpresa de me oferecerem os dois penúltimos volumes que me faltavam da Antologia da Terra Portuguesa. O meu bom amigo H. N. sabia que me faltavam apenas 3 livros da colecção da Bertrand, editora que, quase sempre e por mau costume, não indica a data da impressão das obras... Esta série é, vagamente, dos anos 50 do século passado e foi orientada por escritores e poetas competentes.
A partir de agora ficou apenas a faltar-me o volume nº 14, Os Açores, organizado por A. Côrtes Rodrigues.

terça-feira, 10 de junho de 2025

De antologia...

 


" Somos portugueses porque somos universais e somos universais porque somos portugueses."

Marcelo Rebelo de Sousa (1948), no discurso do 10 de Junho de 2025.

Curiosidades 112

 

Em imagem, dois livros estrangeiros que vieram de longe e que têm em comum o facto de eu nunca os ter lido completamente. Acompanham-me desde 1963. Se a obra de teatro de Brecht (1898-1956) me foi oferecida, o calhamaço (1.600 páginas) do historiador e jornalista Shirer (1904-1993) comprei-o em Paris, em Setembro desse ano, por 11,35 francos  franceses. Julgo que ainda é considerado um clássico para a história do nazismo.
Por várias razões subjectivas tenho-os em particular estima.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Regionalismos madeirenses (6)

 

Embora de uso circunscrito em geografia limitada, os regionalismos não deixam de ter um uso apropriado e muitas vezes necessário à zona em que se aplicam. A sua origem ou construção nem sempre é possível descobri-la. Aqui deixo mais cinco regionalismos da Madeira e sua respectiva significação.

1. Infundilhar - colocar alguma coisa num lugar em que não possa ser encontrado com facilidade.
2. Jaleco - jaqueta turca cujas mangas chegavam só aos cotovelos.
3. Jambono - pessoa ou animal de pequena estatura e muito nutrido.
4. Manono - que está cheio de sono.
5. Patachada - palavra ou frase proferida de maneira insensata ou disparatada.

domingo, 8 de junho de 2025

Retratos (34)

 

Há coisas que, contra toda a evidência, não condizem. Até aos 40 anos o L. T.  Almeida nunca teve o formato físico do pai que era rotundo como uma dorna. Quase elegante, embora um pouco entroncado e de pouca altura, era também um pouco tosco nas relações pessoais, mas quase sempre pragmático.
Tinha no entanto alguma sabedoria prática para criar currículo, desde cedo, para outros voos mais altos. Começou jovem ainda pelos bombeiros, por asilos de caridade, por grupos desportivos de amadores. Foi-se sentando cada vez mais e foi assim que engordou excessivamente. No caminho, presidindo a assembleias gerais, conseguiu afundar duas empresas, que eram sadias, e mandar para o desemprego cerca de 40 pessoas. Mas era um homem feliz e governava-se bem. Sabendo escolher os colaboradores pela fidelidade e aquiescência canina de atitudes.

sábado, 7 de junho de 2025

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Perguntar não ofende (6)

 
Então não convidaram o Tony Carreira para a tomada de posse do novo Governo?!...

Osmose 144



Foi um homem das arábias, este Frei António das Chagas (1631-1682), cujo nome original era António da Fonseca Soares, nascido na Vidigueira e fundador do convento de Varatojo. Soldado implacável, por alguns anos, no Brasil, por aí foi conhecido como Capitão Bonina. Quem dele, falou com propriedade de investigação literária, foi Mª. de Lourdes Belchior. Nunca foi meu poeta predilecto pelo abuso de barroquismo dos seus versos, mas acabo de sinalizar a compra das suas Cartas Espirituais ( 2ª. edição, de 1701) na Livraria Lumière (Porto).
Não tendo sido barata a aquisição, interessava-me estudar-lhe melhor a obra, para lá do volume da Sá da Costa que tenho na minha bibiblioteca. A ver vamos...



quarta-feira, 4 de junho de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... 197



Há coisas e imagens que nunca esquecemos.

Eduardo Gageiro (1935-2025) deixou-nos hoje.

Mas herdamos o seu olhar infinito.

Profissionalismo



Aqui está mais um bom exemplo do labor intenso da pequenina justiça à portuguesa e dos seus apaniguados... 

terça-feira, 3 de junho de 2025

Revivalismo Ligeiro CCCXLI

Dos tempos que correm

 


Há três coisas muito prováveis de se verem juntas ou próximas na rua quando passamos, ou de casa:

- uma ou mais romenas sentadas junto duma porta da igreja a chocalhar uma caixa para chamar a atenção.

- um ou dois jovens da Glovo à porta de supermercados, encostados às bicicletas, esperando encomendas.

- um PR no écran da tv, junto de um microfone, a debitar banalidades, depois de ter espalhado a confusão.