quarta-feira, 31 de maio de 2017

Por que razão se visitam os blogues?



Oficialmente, eu frequento 13 blogues. Três dos quais - creio - congelados ou findos, infelizmente, mas que conservo com estima, na minha lista de seguidor. Sabe-se, e é dos livros, que a maior parte dos blogues dura, no máximo, apenas 4 anos. A persistência (se eu fosse jovem, diria: resiliência) só por acaso resiste às contingências da vida. Por outro lado, há quem se inscreva como seguidor por emoção momentânea ou pensando na reciprocidade, num jogo ligeiro e mercantil de interesses. Se ninguém se tivesse "desarriscado" de seguidor do Arpose, eu já teria mais de cem seguidores, assim tenho apenas 99 (aqui, agradeço aos fiéis e estimados seguidores persistentes!). Que é uma boa conta, e capicua. Seis desertores eram interesseiros... Mas eu não lhes fiz a vontade, por variadíssimas razões pessoais, e eles "desarriscaram-se", cerca de uma semana depois de se terem inscrito. Porque, dos blogues que eu sigo, faço-lhes visita, diariamente, desde que haja coisas novas publicadas. Por fidelidade e coerência. Posso é não comentar.
Serei rigoroso: eu visito, com relativa frequência, mais quatro blogues portugueses, que me atraem pela sua qualidade, irreverência inteligente, pela naturalidade humana, riqueza de conteúdos, originalidade e interesses afins. Dito isto, e sem compromisso especial de benignidade, encontrei, num deles, esta frase, ontem (30/5/2017): O resto, isto é, quem aqui vem, fá-lo por "voyeurisme" voluntário. O re-comentário é do embaixador Francisco Seixas da Costa, no seu blogue Duas ou Três Coisas. E, tenho que dizê-lo: o Diplomata foi injusto, do meu ponto de vista. E redutor, na sua classificação totalitária. Eu sei que uma grande parte das visitas, que o seu Blogue tem, é  também de alumbrados e deslumbrados (que devem frequentar as revistas róseas), gente que tem uma grande sede de ser lida, pelos comentários que faz, alguns iliteratos (bastará ver certos comentários), e  uns (poucos) mas contumazes reaccionários cobardes e anónimos, que o Embaixador, numa enorme gentileza democrática, permite.
Mas também se pode ir a um blogue alheio por estima e afinidade, não só por voyeurisme. Por curiosidade intelectual ou, muito simplesmente, por misteriosas razões, entre as quais pode caber gostarmos de ler um português escrito, escorreito e bem esgalhado, que é algo raro nos nossos dias.
As coisas nunca são tão simples como os taxativos e mecânicos algoritmos. Há mais mundos - como disse, humanamente e para sempre, José Régio. Que nem sequer era sociólogo.

16 comentários:

  1. E há mundos bem interessantes para visitar em que, como bem diz, nem sempre se quer comentar! Gosto de passar por aqui, mesmo que seja só por uns minutinhos como estes que me prenderam a atenção!
    Boa tarde!

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    1. E, aqui, lhe venho agradecer, Paula, as suas visitas, muito cordialmente.
      Desejo-lhe um boa tarde, também.

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  2. Se aqui não venho mais vezes e os comentários são poucos apenas uma
    razão o justifica : A falta de tempo.
    E passo horas e horas diariamente a ver blogues ( comentando em muitos, conforme a disponibilidade do momento ) e, humanamente, mais não posso fazer, o que muito lastimo.
    Quando no sidebar a imagem ou o título me chamam mais a atenção, lá vou eu espreitar...
    Também tenho uma dúzia de blogues de visita obrigatória e o comentário não falta.
    E muitos mais vejo, sem dúvida.
    O ARPOSE começa a pertencer aquele número de visita obrigatória.

    Um abraço grato.

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    1. Grato pelas suas amigas palavras. Mas quando temos - penso que o percebo, no que diz - vários interesses, o tempo parece sempre muito curto.
      Tinham-me avisado, antes. Reformado, que sou, as horas pouco me sobram, e há que arrumá-las bem para cumprir os "programas" a que nos propomos, no dia dia.
      Saudações cordiais!

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  3. Só posso agradecer a sua plena compreensão.
    Na verdade, os meus interesses e obrigações são múltiplos...
    Mesmo assim, é à blogosfera que destino a maior fatia do meu tempo ( quando dá para ficar em casa !...).
    Forte abraço e muito grato.

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    1. Penso que também dedico muito tempo à Net, quando por casa...
      Por outro lado, parece-me saudável encontrarmos alguns focos fortes de interesse em parte daquilo que nos rodeia, porque, também, nos faz amar a Vida.
      Muito cordialmente.

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  4. Gostei imenso do texto e achei uma piada enorme ao "Seis desertores eram interesseiros...desarriscaram-se". Ah!Ah!Ah! Ri-me mesmo!

    Eu também já perdi alguns seguidores. No princípio ficava triste, porque achava que se as pessoas se davam ao trabalho de se desarriscar, é porque não gostavam mesmo nada do blogue. Agora já não ligo. Nunca me desarrisquei de nenhum, porque acho que isso é um pouquito mesquinho, mas já retirei da minha lista de blogues, alguns que deixaram de me interessar, porque a lista acaba por estar sempre demasiado grande.

    Também visito (quase) diariamente uns sete ou oito, embora nem sempre deixe comentários por falta de tempo. e esporadicamente visito imensos. Dependo do tempo que tenho, porque isto acaba por roubar tempo. Já deixei de me sentir obrigada a fazer o que quer que seja. Utilizo apenas o tempo que posso.

    O Arpose é um dos de visita obrigatória:)

    Boa tarde:)

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    1. Eu já tinha notado antes, Isabel, uma viragem no seu Blogue.
      Mas há que pensar, também, que certos visitantes são "nuvens passageiras", como diz um cantor brasileiro. O necessário, porém, é termos vontade íntima para prosseguir, ou não. No fundo, ficarmos de bem connosco.
      Ainda bem que se riu..:-)
      Bom final de ano lectivo!
      E, com estima, lhe desejo uma boa noite, tranquila.

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  5. Eu confesso-me interesseiro e mesquinho. Venho aqui na esperança de encontrar coisas mal escritas sobre assuntos mundanos. Até agora, não consegui; mas persistirei.

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    1. Julgo que era Jascha Heifetz que dizia que, alguns ouvintes, iam aos seus recitais, na secreta esperança de lhe ouvirem uma nota desafinada...
      Ora, eu sou, apenas e infelizmente, um pobre homem nado e criado na província e, talvez por isso, cheio de insuficiências e defeitos.

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  6. Gosto imenso do Arpose. Ultimamente, não tenho comentado aqui nem noutros blogues amigos com a frequência habitual, pois a minha saúde não me tem permitido. Em menos de 2 meses, fiz 3 estadias no hospital, num total de 16 (muito atribulados) dias. Agora, já estou em casa, com enfermagem domiciliária e esperam-me dias com mais exames e consultas (e se calhar, nova cirurgia). E, apesar do sol ( que tanta falta me faz), nem à praia posso ir...:-(
    No caso dos seguidores, tenho alguns que me seguem, mas não constam no quadro dos seguidores (creio que me seguem de forma privada, pois o "boneco" não aparece no quadro). O mais curioso: são dos mais fiéis na leitura e no comentário. A blogosfera traz, por vezes, estimas muito interessantes e pessoas de uma grande gentileza à nossa vida.
    Um dia luminoso, como está por aqui. :-)

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    1. Eu já me tinha apercebido que alguma se estava a passar consigo, Sandra, pelo seu silêncio, não só no Arpose, mas também noutros, onde costumava comentar. Bem como no seu próprio. Mas nestas ocasiões, lembro-me sempre de D. João II que dizia haver um tempo de coruja e um tempo de milhafre. E respeito o recolhimento de cada um.
      Infelizmente, foi por outros motivos e, por isso, eu digo: Força, melhore!
      Por aqui, está uma manhã esplêndida!
      Afectuosamente

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  7. Embora comente pouco, gosto imenso de ler o que escreve porque encontro certas afinidades, para além de também recolher algumas sugestões de leitura e musicais, que se tornam bem preciosas, porque terminam por fazer parte do meu pequeno mundo. Ao passar por aqui confesso que sinto sempre uma boa lufada de ar fresco, a contrariar essa nova ideologia em que todos temos de pensar da mesma maneira, alguns até já a baptizaram de "politicamente correcta".
    Permita-me que lhe deixe um abraço, com votos de uma longa vida na blogosfera
    Cordialmente
    Rui

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    1. Agradeço as suas palavras. Vai-se fazendo o que se pode, dentro das limitações que temos e dos gostos pessoais que nos dominam. Do que me atravessa, na vida, tento propagar aquilo de que me sinto próximo, me surpreendeu e não esqueci. Mas também me irritam um pouco esses "slogans clonados" que se fazem lema colectivamente, muitas vezes, de forma não pensada nem sentida verdadeiramente.
      As melhores saudações cordiais,
      Alberto

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  8. Tenho consciência que a maior parte das vezes sinto
    incapacidade para estar à altura da qualidade dos
    assuntos por si abordados. Mas gosto muito de aqui
    vir e é sem dúvida o meu blogue de eleição. Que me
    desculpe, até alguns erros de escrita mas sou sempre
    sincera o que me parece ser aceitável. E agradeço
    sempre o que vou aprendendo aqui. Desejo-lhe uma boa noite.

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    1. Antes de mais, eu prezo muito a sua naturalidade e sinceridade, humanas.
      E é um gosto lê-la, nos comentários que vai fazendo no Arpose, em que nunca encontrei erros mas, sempre, uma forma cordial de diálogo.
      Também tenho, para mim, alguns seguidores de eleição...
      Votos, também, de uma boa noite, Maria Franco.

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