A Norte, em tempos imemoriais da minha vida, no Sábado de Páscoa, e depois de vermos a Queima do Judas, ao meio-dia, na rua da Rainha, antes de entrarmos na Praça vimaranense para ir comprar o cabritinho, no talho do Zé Bento, passávamos por duas ou três bancas onde se espraiavam, ao ar livre, sobre imaculados panos brancos, o Pão-de-Ló de Margaride, as Cavacas e uns bolinhos redondos pintalgados de açúcar que, vim a saber depois, se chamavam Bolos de Gemas, e que faziam as minhas delícias de infância com o café com leite do lanche, sorvido em pequenos goles demorados.
Bem os procurei, no Sul, mais tarde, mas em vão, por várias vezes.
Ora, ultimamente, aqui pelos subúrbios, tem havido, embora de forma irregular, umas feiras, aonde acorrem vendedores-produtores de viandas de província e outras guloseimas de fabrico artesanal e de boa qualidade. Vêm do Minho, de Trás-os-Montes, das Beiras. Trazem queijos, produtos de fumeiro, doces regionais, presuntos e, às vezes, vinhos de produção pequena e rótulos desconhecidos.
No antepenúltimo fim-de-semana, a Trafaria acolheu um grupo numeroso destes feirantes regionais, com grande diversidade de produtos. E lá consegui encontrar e comprar os meus apetecidos e saudosos Bolos de Gema nortenhos, com a sua macieza de pão-de-ló interior e a estaladiça cobertura de açúcar, esbranquiçada, por fora. Para matar saudades e gula.
Não conheço, mas, pela descrição, fiquei a salivar daqui.
ResponderEliminarQue lhe faça muito bom proveito! Imagino a alegria de encontrar algo tão desejado há muito. :-)
Bom lanche!
Têm ido pouco a pouco, mas ainda restam alguns..:-)
EliminarUma boa semana, Sandra!
Adoro estes bolos! Boa semana!
ResponderEliminarE aguentam-se muito bem (em caixa de lata, fechada), e muito tempo..:-)
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E não são demasiado doces? Desconfio um bocadinho de bolos com cobertura de açúcar no exterior. Mas aqueles doces de Amarante são uma coisa por demais, cada um melhor que o outro. Até me parece que nunca comi tanto doce por junto, como num lanche em que toda a doçaria de Amarante estava presente. Quando estou saudosa de doces lembro-me daquele lanche com várias mesas repletas em que caí de surpresa. Foi um éden em ponto pequeno:).
ResponderEliminarPelos vistos na Trafaria também houve um éden.
Não creio. Mas eu não sou um bom exemplo, português, porque não abuso do açúcar, nem sou hipocondríaco.
EliminarEu também gosto destes bolos. :)
ResponderEliminarBoa semana!
E faz muito bem..:-)
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