segunda-feira, 22 de maio de 2017

Arquivos, espólios, cartas, fotografias, recortes...


Nem sempre os espólios passam de ser vivo para ser vivo. Naturalmente, a trasladação passa de pessoas desaparecidas para sobreviventes ou herdeiros, ou, noutros casos, para instituições capazes de cuidar desses papéis, de forma técnica e apropriada. Essas heranças dão-se, muitas vezes, por razões de espaço a ganhar, em casas particulares sem grandes dimensões, nem capacidade de armazenamento físico. Noutras ocasiões, os donos desses espólios, por questões práticas, resolvem doar em vida ou vender, a instituições culturais ou regionais, o excedente supérfluo para poderem conservar o essencial, em sua casa.
Passei, recentemente, cerca de 4 dias a desbastar cerca de uma centena de envelopes, que me tinham sido confiados ad eternum, por um Amigo. E, isto, porque eu próprio também estava a necessitar de espaço em minha casa. Ordenado alfabeticamente, o espólio tinha servido de suporte a uma publicação cultural que, já há largos anos, tinha deixado de existir. Nos envelopes, havia de tudo: fotocópias, cartas, recortes de jornais, revistas, fotografias, cartões de visita, C. V., bibliografias... Uma grande parte documental perdera, entretanto e completamente, a actualidade e/ou interesse do que fora, em tempos (15/30 anos, atrás), acontecimento notabilíssimo. A lei do tempo que, como disse Yourcenar, é um grande escultor.
De tudo isso conservei apenas cerca de um quinto do acervo inicial.

para A. de A. M., afectuosamente.

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