quarta-feira, 17 de maio de 2017

Algumas palavras sobre música e poesia


Um diálogo, quer seja material e oral, quer ele surja do silêncio de uma leitura que fazemos, não é necessariamente uma convergência coincidente - desculpe-se o pleonasmo. Nem sempre a sintonia é perfeita, ou por nós aprovado o teor inteiro desse pensamento partilhado. Não estou inteiramente de acordo com grande parte das afirmações que Mário Vieira de Carvalho (1943), conhecido e respeitado musicólogo, faz hoje na sua crónica do jornal Público ( Cantar em português). Mas há quatro frases no seu texto, sublinhadas por mim, em que a convergência é quase completa.
Na eventualidade de alguém não conseguir lê-las, na imagem, aqui deixo a transcrição:

" No poema, porém, as palavras tornam-se música. Ou não haverá poema. Só há poema quando a significação das palavras é transcendida e se franqueia o limiar do indizível. Daí a saudade da unidade ancestral da poesia e música que se perdeu com a instucionalização da dicotomia entre oralidade e escrita."

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