segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A moeda, a língua e a religião


A mesma língua, por uma ligação de arquitectura mental e sentimental, e a mesma moeda, talvez por uma ligação prática de comércio e circulação, podem unir países. A religião, por uma ligação emotiva e de princípios éticos semelhantes, também. Mas parece não haver nada mais forte do que a diferença das religiões para dividir culturas e nações. E, de tal maneira, que até podem fazer implodir um país (com a ajuda de mais alguns factores) e pulverizá-lo (ex-Jugoslávia), ou cindi-lo em 2 (Irlanda). Parece, também, vir agora a ser o caso do Sudão, o maior país africano, onde o Sul, animista e cristão, e o Norte islamita têm marcado referendo, dentro de dias, que determinará, eventualmente, a independência do Sul. Curiosa marcha da Humanidade, tanta vez contraditória, onde se cruzam movimentos centrífugos e centrípetos, interminavelmente. Onde se criam associações de países (União Europeia, Mercosul...) e, ao mesmo tempo, nações decidem dividir-se (República Checa, Eslováquia). E talvez o Sudão.

2 comentários:

  1. Penso que é dia 9 deste mês o referendo que eventualmente criará o Sudão do Sul. Lastimo estas criações de estados cuja auto-suficiência me causa algumas dúvidas, mas quando a violência religiosa, no caso da maioria islâmica que controla a República do Sudão, tem laivos de quase genocídio...

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  2. Os dados, apesar de tudo, são estranhos,LB. O Sul tem mais recursos hídricos que o Norte; tem petróleo que o Norte não tem. Mas, ao mesmo tempo, tem uma taxa de analfabetismo de cerca de 85%, enquanto no Norte ronda os 45% (talvez as Madrassas...). Parece-me tudo muito esquisito...Claro, também há o Darfour...
    Vou por mais um poste sobre o Sudão, um "cartoon" que veio no "Público" de hoje.

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