Acontece que existem assuntos que
não nos largam, até nos invadem, infelizmente, a tranquilidade nocturna.
Um deles é a pretensa oposição
alemã entre OSSIS [cidadãos dos territórios da antiga RDA] e WESSIS [cidadãos residentes no
território da antiga RFA].
Nos debates sobre o tema, sem
nexos, considero-me completamente distante, porque não sou, nem tenho qualquer
ligação familiar aos antigos domínios da RDA tutelados, de forma ditatorial,
pelas «matrioscas» russas da SED.
Com efeito, encarava a oposição
cívica das chamadas «populações de leste», que levaram ao fim da divisão,
contra-natura no pós-guerra, do território da Alemanha, como manifestação sincera
de querer viver em liberdade, sem o regime totalitário. No passado, tiveram medo do sucedâneo do KGB, hoje temem a AfD.
Ao que parece, e pelo desejo
aparentemente manifesto nas opções pela extrema direita nos territórios da
antiga RDA, continua um fundo «de camisas castanhas» não eliminadas no tempo dos SED’s, juntando-se aos
cidadãos carentes de uma outra vertente, moderna, de estado totalitário, a saber,
os partidos de extrema direita.
O pouco contacto que tive com
pessoas da antiga RDA, depois da abertura, e já em Coblença, na RFA,
ensinou-me, de facto, que os anos do SED deixaram marcas indeléveis nas
pessoas.
Presenciei, numa cena pouco comum
de ser impedida de entrar numa casa familiar, embora acesso combinado, por uma
pessoa que se impunha como guardiã do aposento durante as férias dos donos.
Nos meus contactos cívicos, com
familiares, amigos e estranhos, concluí que nunca me tinha deparado com este
misto de provincianismo, sobranceria e falta de noção
de trato.
Aliás, muitas das «destrezas
provincianas» sempre as atribuí a Angela Merkel, motivo pela qual nunca a apreciei.
Graças à educação recebida, e embora crescida numa aldeia da cidade de Colónia, nunca me reconheci, nem identifico, com ademanes provincianos, característicos dos «malandros da CDU» que pretendiam dominar as almas. Fui assim, pelos contactos hipócritas na juventude, que não me apanharam no «Desengano de Alma».
Post de HMJ
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