quinta-feira, 6 de maio de 2021

Luis Rosales (Granada, 1910-1992)



Lo que no se recuerda


Para voltarmos a ser felizes, era

apenas necessário o puro acerto

de lembrar... Procurávamos

no coração essa nossa memória.

Talvez não tenha história a alegria.

Olhando-nos bem dentro

calávamos os dois. Teus olhos eram

como um rebanho quieto

que acalma o seu temor à sombra

dum álamo... O silêncio pode

mais que o esforço. Entardecia

para sempre no céu.

Não podemos voltar a recordá-lo.

A brisa era no mar cego menino.



Luis Rosales (Granada, 1910-1992) in Rimas.

2 comentários:

  1. Gostei muito. Parabéns pela tradução.
    Já percebi que também está com problemas no espaçamento das linhas. Não percebo o que se passa que, de um dia para o outro, passei a ter este espaçamento nos meus posts e vejo-me em papaos de aranha para o tirar. Mais uma 'inovação' para nos dificultar a vida.
    Bom dia!

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    1. Obrigado, MR. É um bom poeta, o Luis Rosales. Já lhe tinha traduzido um poema, aqui no Arpose (7/8/2010), e só espero não lhe desmerecer a qualidade da matriz original.

      P. S.: também me vejo aflito com os espaços entre versos. De cada vez que os bimbos informáticos do Google fazem actualizações, é só para fazerem burricada e dificultarem as operações. Essa gentalha deve ter calos na cabeça, ou a tola muito mal arrumada...

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