quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Do que fui lendo por aí... 41

Lá (França) como cá (Portugal), no Quay d'Orsay, bem como nas Necessidades, os Ministérios de Negócios Estrangeiros são, habitualmente, vespeiros e viveiros activos e reprodutores de gentes de direita. Tirando os embaixadores politicos nomeados do exterior, por governos em funções (estou a lembrar-me de José Cutileiro, Fernandes Fafe e Álvaro Guerra, dos poucos diplomatas que comungavam à esquerda), a regra é à direita. Embora muitos tentem passar (mal) por neutros...


Neste livro (Coups et Blessures, 2011, Cherche Midi) que ando a ler com grande gosto e interesse, Roland Dumas (1922), que foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1984/6 e 1988/93), sob Mitterrand, põe o dedo na ferida (pg. 213), com a elegância e humor que lhe são próprios. Assim: Le couleur politique des diplomates n'avait pas d'importance a mes yeux. Il valait mieux car, de par leur origine familiale et le marle culturel qui était le leur, ils sont le plus souvent de droite. Le Quai (d'Orsay) a toujours penché à tribord (pg. 213).


com agradecimentos a H. N..

4 comentários:

  1. Se puder, leia Esperanças de Abril de Coimbra Martins que foi embaixador em Paris e ministro dos Negócios Estrangeiros. Faz um retrato hilariante daquele Ministério e do pessoal que por lá pululava.
    Bom dia!

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    1. Não conhecia o livro, ficarei alerta. Obrigado.
      Pelas Necessidades, há autênticas dinastias de "gente fina"...
      Boa tarde.

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  2. Ser Ministro dos Negócios Estrangeiros ou ser Embaixador não estará ao alcance de um vulgar cidadão.
    Boa noite e saúde.

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    1. De uma forma geral, há funções de Estado que implicam que sejam escolhidos os melhores e os mais preparados, mas nem sempre isso acontece.
      Retribuo os votos, desejando um bom fim-de-semana.

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