Lá (França) como cá (Portugal), no Quay d'Orsay, bem como nas Necessidades, os Ministérios de Negócios Estrangeiros são, habitualmente, vespeiros e viveiros activos e reprodutores de gentes de direita. Tirando os embaixadores politicos nomeados do exterior, por governos em funções (estou a lembrar-me de José Cutileiro, Fernandes Fafe e Álvaro Guerra, dos poucos diplomatas que comungavam à esquerda), a regra é à direita. Embora muitos tentem passar (mal) por neutros...
Neste livro (Coups et Blessures, 2011, Cherche Midi) que ando a ler com grande gosto e interesse, Roland Dumas (1922), que foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1984/6 e 1988/93), sob Mitterrand, põe o dedo na ferida (pg. 213), com a elegância e humor que lhe são próprios. Assim: Le couleur politique des diplomates n'avait pas d'importance a mes yeux. Il valait mieux car, de par leur origine familiale et le marle culturel qui était le leur, ils sont le plus souvent de droite. Le Quai (d'Orsay) a toujours penché à tribord (pg. 213).
com agradecimentos a H. N..
Se puder, leia Esperanças de Abril de Coimbra Martins que foi embaixador em Paris e ministro dos Negócios Estrangeiros. Faz um retrato hilariante daquele Ministério e do pessoal que por lá pululava.
ResponderEliminarBom dia!
Não conhecia o livro, ficarei alerta. Obrigado.
EliminarPelas Necessidades, há autênticas dinastias de "gente fina"...
Boa tarde.
Ser Ministro dos Negócios Estrangeiros ou ser Embaixador não estará ao alcance de um vulgar cidadão.
ResponderEliminarBoa noite e saúde.
De uma forma geral, há funções de Estado que implicam que sejam escolhidos os melhores e os mais preparados, mas nem sempre isso acontece.
EliminarRetribuo os votos, desejando um bom fim-de-semana.