Paulatinamente, creio que desde meados de Julho deste ano, tenho vindo a ler este diário (em imagem de capa) do escritor alemão Ernst Jünger (1895-1998). Faltam-me agora cerca de dez páginas para concluir a sua leitura. O livro, cuja maior parte é constituído por anotações feitas durante a sua estadia em França, na sua terça parte final completa-se com apontamentos feitos no Cáucaso, para onde, como oficial alemão foi deslocado, a partir de 24 de Outubro de 1942. Há 75 anos, portanto.
Da leveza e elegância dos dias parisienses, com frequência dos meios intelectuais, as palavras de Jünger, escritas no Cáucaso, vão adquirindo, gradualmente, um peso e um pessismo ontológico decorrente dos mais raros contactos humanos, quase só consignados aos colegas militares e ao povo rural da região. Agravando-se as reflexões do escritor alemão pela morte do pai, o começo da retirada germânica desta zona ocupada e pelo pressentimento objectivo da derrota alemã, na II Grande Guerra.
E o curioso é que também o meu ritmo de leitura do livro se foi alterando. Nas páginas do diário de Paris, terei feito uma leitura normal, como é costume. Ao início do texto escrito na Rússia, por Ernst Jünger, a leitura foi mais lenta e morosa; sendo que estas últimas páginas, de maior tensão e dramatismo, naturalmente, me fizeram acelerar o ritmo de leitura... Mas não para acabar o livro mais depressa.
É apenas a constatação dos factos, objectiva. Embora vá reflectir sobre isso.