Aqueles que se encontram já – e felizmente – fora do chamado
“mundo do trabalho”, que mais apropriadamente se devia designar actualmente por
nova escravatura, afastaram-se de um ambiente de extrema hostilidade e
ignorância sobre o mais elementar senso comum e respeito pelas normas mínimas
de civilidade e dignidade humanas.
Pontualmente, ou por opção de manter a comunicação com o
mundo real, ou por invasão abusiva dos tentáculos do MUNDO ECONÓMICO E
FINANCEIRO que nos entra pela casa adentro – por via de telecomunicações e empresas quejandas – termos de nos confrontar com esse “mundo às avessas” que nos
pretende tornar, nos seus ritos publicitários, preventivos e securativos, em “gado a caminho
do matadouro” sem pensamento autónomo.
Por acaso, não consegui melhor imagem quando me vi, naqueles
“SSS” tolos e repetitivos dos aeroportos, todos iguais e desumanos, a
aproximar-me do “matador”, ou seja, do “sigurança” de poucas falas e ainda menor
civilidade para atender seres humanos, já que foi escolhido e ensinado, pela
eficácia do mundo financeiro, apenas para prestar um serviço inócuo, repetitivo
e completamente degradante.
No meio deste deserto de humanidade em que se tornaram os
aeroportos e toda a economia turística, espanta-me, pela revolta íntima que
senti, que ainda haja tanta gente a querer viajar e sujeitar-se a esses
tratamentos caninos, sem levantar voz ou reclamar.
No passado, andei pela Europa em muitos transportes –
pedestres, automóveis, fluviais, aéreos e ferroviários – com muitas
deficiências próprias da época e dos países em questão.
Confesso, no entanto, que nunca senti tanto desprezo pela
pessoa humana como na última viagem, fruto de um novo domínio do ECONÓMICO, sem
regras, sem limites e sem consideração pela essência e dignidade humanas, completamente desorganizado e caótico nos pretensos serviços prestados ao CLIENTE.
Assim, as “boas vindas” das hospedeiras da TAP, com o seu refrão
“chapa-zero” e completamente vazias de conteúdo, não conseguem anular, de todo,
uma actividade económica de turismo, montada com objectivos opostos,
revelando-se, efectivamente, como uma ofensa insuportável e contínua à
dignidade humana, física, mental e assistencial.
A imagem acima não tem nada a ver com as contrariedades e a
gravidade do texto. Serve, exactamente, de contraste para saber se, nas
condições expostas, valerá a pena sair do nosso lugar de sossego e humanidade
possível.
Fica o testemunho do cumprimento de um “dever metodológico” de
investigação que, embora associado a outros afazeres de natureza diversa, representa,
até ao momento, a pior experiência de deslocação para o lugar de “meninos a
dormitar em acervos distantes”. Gostei, no entanto, do “berço” em que os “meninos”
estavam dormitando.
Salvo seja !
Post de HMJ
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