Ao contrário de muita gente, faço
parte de uma geração pós-guerra que crescera no meio de obras e numa tentativa
de mudar um país em ruínas.
Com efeito, trabalhos e
recuperação e manutenção do edificado, com os distúrbios óbvios para uma rotina
estática, fazem parte de um ADN, de saudável espírito de conservação.
Olho, pois, para as obras na
cidade de Lisboa com alguma curiosidade, sabendo que, na maior parte dos casos,
o aproveitamento imediato será o turismo, com todos os defeitos de uma
estratégia mal concebida para o “chunga” em vez de uma elevação espiritual e
cultural.
Ouvindo os abencerragens da velha CIP, sugeria que se preocupassem com a qualidade e cultura dos “nossos
empresários”, porque, no dia-a-dia, percebemos bem que eles nem sequer estratégia
têm para além de alugar os quartinhos às escondidas da AT.
Resta-me uma consolação. Depois
de os turistas debandarem para outras paragens, pelo menos ficam os edifícios
recuperados, destacando a beleza da cidade.
Post de HMJ
Raramente vou à Baixa. Tudo o que vejo me desagrada e
ResponderEliminarpara a semana, penso ir à freguesia de Sta. Maria Maior lamentar o estado do Palácio Foz, edifício tão bonito e com uma camada de sujidade que mete dó ver. Ficará tudo na mesma, mas eu desabafo.
Felicito-a por ter esperança e desejo-lhe uma boa noite.
Para Maria Franco:
Eliminara sua observação sobre a J.F. de Sta. Maria Maior merece uma resposta especial. Parece-me, também, que a referida Junta não prima pela qualidade na ocupação dos espaços públicos, porque não controla NADA e qualquer "pimba" monta a sua banca, conjunto musical, barraca, e ninguém os incomoda. É no Chiado, é na Baixa e ciclicamente enchem o Jardim de S. Pedro de Alcântara com barracas de "comes e bebes", numa zona cheia deste tipo de negócio.
Concordo com tudo o que diz. Hoje dirigi-me à Junta e fui informada
Eliminarque o Palácio Foz não "pertence"? à Junta mas "talvez"? ao IPAR. Faz sentido.Deram-me o nº de telefone e amanhã penso telefonar. A junta,apenas trata da limpeza, ao que respondi que a mesma deixa
muito a desejar. Não discordaram obviamente.
A continuar...
Boa noite.
Espero é que as obras sejam bem feitas no interior, não sejam apenas de fachada. Mas Lisboa desse ponto de vista está muito melhor. Quem vem de fora a Lisboa com alguma frequência nota isso.
ResponderEliminarVisitei o interior do Palácio Foz há algumas semanas e está bastante bem conservado no interior.
Bom dia!
É bem verdade o que diz, muito embora esteja muito desconfiada com os projectos que estão em andamento. Outro dia fiquei chocada a ver que (segundo me pareceu) estão a acrescentar a andares a uma casa Art Déco de Pardal Monteiro (na Av. 5 de Outubro), à qual já tinham retirado a garagem. Talvez esta evolução seja necessária, mas a mim, como Historiadora de Arte, deixa-me um pouco angustiada... Bom dia!
ResponderEliminarHMJ - Aproveito para fazer uma pergunta. Este ano queria fazer uma coroa do advento e acho que costumam ter aí por casa. Compram já feita ou fazem? Se fazem como costuma fazer? Muito obrigada!!
ResponderEliminarResposta genérica às minhas leitoras:
ResponderEliminarA minha esperança limita-se a um saudável espírito de conservação e manutenção que começa em casa nas pequenas coisas e que, por motivos diversos, não encontrava muito divulgada ou aplicada. Por isso, a mudança da mentalidade - institucional e particular - entendo-a como primeiro passo para tornar as nossas cidades mais agradáveis. Gostaria que a época dos "patos bravos" tenha tido o seu fim, definitivamente.
Espero que sim. A cidade de Lisboa merece as obras. E não há obras sem incómodos. Mas não será esse um motivo para deixarem de ser feitas.
ResponderEliminar