domingo, 6 de novembro de 2016

Bibliofilia 148


Durante mais de dois séculos, The Encyclopaedia Britannica foi uma espécie de Wikipedia do mundo letrado. É certo que com uma triagem de verbetes muito mais exigente e com a colaboração de especialistas nas matérias, acima de qualquer dúvida ou suspeita. Era obra séria, em suma, e credível.
Para se ter uma ideia da sua importância e popularidade, bastará dizer que, da sua 9º edição (1875-88), se venderam cerca de 250.000 conjuntos completos dos seus volumes.
Editada pela primeira vez em 1768(-71), em Edimburgo, era composta por 3 tomos. A minha edição é a décima quarta, de 1929(-33), e conta 24 volumes. Comprei-a na última década do século XX, usada naturalmente, por vinte mil escudos. E tem-me sido útil, apesar de datada no tempo.
Creio que a mais recente edição de The Encyclopaedia Britannica é de 2007, mas foi anunciado pelo seu editor, em 2012, que a impressão em papel ia deixar de ser impressa. Percebe-se inteiramente e porquê...

10 comentários:

  1. Não é consensual que a TEB seja credível em absoluto. Alguns estudos (por exemplo, um publicado na revista Nature, em 2005)demonstraram que, em matérias científicas, a Wikipedia lhe pedia meças. Também aqui (http://hbswk.hbs.edu/item/do-experts-or-collective-intelligence-write-with-more-bias-evidence-from-encyclopdia-britannica-and-wikipedia) se mostra que entre as duas podemos encontrar "vícios" que o caráter de "inteligência coletiva" da Wikipedia tende a corrigir mais rapidamente. Enfim, se a História é escrita pelos vencedores, haverá muito mais subjetividade e zonas negras na TEB do que na Wiki...

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    1. Haverá sempre um ou outro erro mas, para mim, é uma questão de fé, objectiva: já encontrei erros na Wikipedia, ainda não encontrei, até hoje, erros na TEB - embora haja desactualizações, naturalmente.

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    2. Não devemos confundir a Wikipedia com a versão portuguesa da mesma, que é deplorável. E uma qualquer pesquisa de coisas correntes, sítios que conhecemos, pessoas que admiramos, revela: na Wikipedia, está. Na TEB, só os "letrados".

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    3. Aceito a restrição nacional cujas traduções são, muitas vezes, abaixo de cão, para além de resumidas...
      Quanto à democracia alargada, sei de muito bimbo que se auto-colocou na relativa imortalidade, até das efemérides do seu próprio nascimento. Como eu costumo dizer: "democracia sim, mas devagar..." Senão, a Wikipédia fica cheia de Pachecos e Sicranos, muitos deles de Sobradelo da Goma.

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    4. Sinceramente, não vejo que Sobradelo da Goma não possa ser berço de Grandes Homens. Será Răşinari, porventura, um sítio mais digno?

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    5. Já não me lembro se Sobradelo tem padre residente, porque os Popes, para azar deles, podem casar e até ter filhos incréus.
      Que, depois, se acabam por matricular noutras pátrias laicas e pecaminosas...

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    6. Pois é, o pai do Emil era padreca (fui ver à Wikipédia). Na Paróquia de Sobradelo da Goma temos, desde setembro de 2011, o padre Albino Carneiro. Sucedeu ao falecido e muito amado Aquilino Pereira, que comandou os destinos espirituais da freguesia (e de muitas aldeias de Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho) durante 54 anos (isto li no Maria da Fonte, jornal centenário que se publica por aqueles lados). Sobre os filhos que tinha ou não tinha, o melhor é não mexer com certos e determinados assuntos...

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    7. Imaginemos que os padres Albino e Aquilino seriam gente de morigerados e castos costumes...
      Ora, o Emil começou com insónias desde tenra idade e isso - seja-lhe levado em desconto - não ajuda nada a uma vida simples e honesta.

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  2. Havia uns tipos que vendiam a Enciclopédia Britânica porta a porta. Nunca a comprei, tal como a GEPeB, porque com tais coleções teriam de entrar mais umas estantes em casa.
    Pois eu acho uma decisão acertada a de não impressão da Enciclopédia Britânica, desde que a edição digital incorpore nos seus devidos lugares os volumes de acrescento. Há anos que espero por uma decisão destas em relação à GEPeB, que é uma chatice para ser consultada. Às vezes há três acrescentos, em volumes diferentes para a mesma criatura. Mas para Portugal continua a ser a melhor 'coisa' que existe, mesmo do ponto de vista de dicionário: aí encontramos muitas palavras que não aparecem noutros.
    Mas melhor que a Britânica é a da Espalsa-Calpe.
    Bom dia!

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    1. Eu comecei pelo "Petit Larousse" (1959), talvez o livro que melhor se pagou a si mesmo, pelas inúmeras vezes que o consultei; depois a "Focus" (4 volumes) e finalmente a TEB. Não conheço a E-C.
      Bom Domingo!

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