quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Miscelânea pré-natal


Sempre me perguntei sobre o que teria feito cobrir os nossos antepassados das cavernas: teria sido o pudor ou o frio?
Porque chega-se a uma altura do Outono, já perto de Dezembro, que, quando é noite, o que apetece é ficar encotinhado a um canto, de preferência num maple, com os pés aquecidos, a ler uma obra agradável de um autor predilecto, e não fazer mais nada...
A proximidade do Natal traz muitas coisas consigo, num mimético atavismo que se repete, ano após ano. A começar, cada vez mais donas de casa a virem ao Arpose, para consultar (ou copiar) a receita dos mexidos vimaranenses (em Dezembro do ano passado foram mais de 250 videirinhas)...
Jornais e revistas aumentam a publicidade, para as prendas natalícias. Por sua vez, o TLS recorda Dezembros passados. Lembra que, em 1974, pediu, por exemplo, a 14 escritores renomados recordações dos seus livros mais memoráveis de infância.
De alguns escritores mais conhecidos, aqui vão as preferências:
Isaiah Berlin - "Os filhos do Capitão Grant" e "David Copperfield";
William Golding - "A Família do Robinson Suiço";
Iris Murdoch - "A Iha do Tesouro".
Curiosamente, todos estes livros estavam traduzidos em português e também foram lidos por mim, na juventude. Os mais vezes citados foram porém: Black Beauty ("O Cavalo Preto", em português), de Anna Sewell, Tom Sawyer, de Mark Twain, e "O Coração", de Edmundo de Amicis, que constam da minha biblioteca e me deixaram também boas recordações.
Realmente, não há nada como o Natal para nos aproximar dos anos mais tenros...


8 comentários:

  1. É verdade.Lembra-nos a infância esta época.

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  2. Os desenhos de homens e mulheres cobertos parcialmente por peles junto de fogueiras e dentro de cavernas têm connosco o mesmo poder encantatório que as pinturas rupestres (que dizem ter sido) compostas por eles.
    E como acho este post bonito, acrescento que tenho ali "O Cavalo Preto" e "Aventuras de um rapaz nas florestas do Amazonas" para ler desde o natal de 1969. Enfim, pré-BoasFestas é o que é preciso.

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    1. Imaginar esses antepassados "desprotegidos" sempre cria um certo desconforto presente...
      Também tenho e li "Aventuras de..." da Biblioteca dos Rapazes, mas preferia-lhe "Moby Dick".
      Saudações cordiais!

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  3. Li todos na minha infância (e juventude), exceto O cavalo preto, depois de umas referências suas e do João Menéres a este livro.
    Comprei-o para os meus netos e li-o há pouco, talvez no ano passado.
    Da minha infância, li muito Andersen, Heidi, coleção Manecas, etc. Mas A cabana do pai Tomás marcou-me imenso.
    Bom dia!

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    1. Eu creio que havia, nessa altura, um largo consenso sobre literatura infantil e o seu cânone, a que todos correspondiam, dessa lista referida. Por outro lado, havia o Andersen e os irmãos Grimm, tudo da melhor "água".
      Hoje, haverá mais variedade mas pouco critério ou preocupação com a qualidade...
      Bom fim-de-semana!

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  4. Lembro-me da Cabana do Pai Tomás e adorava as
    aventuras de Tom Sawyer e Hukleberry Finn de Mark
    Twain, e muitos outros. Lia mais nessa altura da
    infância e adolescência, do que leio agora.

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    1. Também li estes três livros que refere, com gosto e proveito. E gostei muito de "O Pequeno Lorde", obra de que me lembrei agora..:-)

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