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sábado, 18 de agosto de 2018

O jardineiro de Mobutu


Por entre o ritual obrigatório da silly season e a necessidade de dar pasto ao cultivo reiterado da indignação das redes sociais pueris, é sempre muito difícil passar, incólume, por entre os pingos da chuva.
Os incêndios, que foram tardios, são agora um must televisivo e, à falta de intensidade, pode sempre falar-se dos do ano passado; a Web Summit, por causa dos convidades, tem dado pano para mangas...
A que propósito virá o título do poste?, perguntará, curioso, o leitor e o visitante amigo. É que até o circunspecto Le Monde, à falta de melhor, nos vem falar, nostalgicamente, do jardim de Mobutu.
E por onde, em Gbadolite (Zaire), o velho jardineiro Lena Mapamboli, hoje desempregado, passeia, saudoso, o fausto passado. Por entre as flores raras do jardim devastado, que a floresta tem vindo a invadir...
(Como vêem, nem eu consegui passar por entre os pingos da chuva, sem me molhar...)

quinta-feira, 1 de março de 2018

Filatelia CXXII (... e alguma História...)


No período logo após a descolonização africana, e sobretudo nos anos 60, o mundo assistiu a várias tentativas de secessão de partes do território dos jovens países independentes. As mais  importantes terão sido o Katanga (de 1960 a 1963), no ex-Congo Belga, e o Biafra, no sudeste da antiga Nigéria inglesa. Estes surtos independentistas decorriam de mapas feitos, principalmente no séc. XIX, a régua e esquadro (a exemplo do mapa Sykes-Picot de 1916, no tocante à Palestina. E de que ainda hoje a região se ressente, negativamente...), no sossego de gabinetes dos governos europeus, que não levavam em linha de conta as diferenças de etnias, religiões e culturas dos povos africanos. Mas também da cobiça de companhias multinacionais desejosas de se reapropriarem das matérias primas do continente negro, num dissimulado neo-colonialismo de interesses.



Um dos casos mais trágicos terá sido a secessão do Biafra, encabeçada pelo general Ojukwu (1933-2011), da etnia ibo, mas que foi discretamente incentivada pela companhia francesa de petróleos Elf Aquitaine. Mas também apoiada por vários países europeus e africanos, de supremacia branca, como a França, Espanha, Portugal, Noruega, pela Rodésia e África do Sul. Esta secessão era também vista com simpatia pelo Vaticano e pelo papa Paulo VI. A guerra civil durou de 30 de Maio de 1967 a Janeiro de 1970. A tragédia foi de consideráveis proporções, com a morte de milhares de crianças à fome, apesar das ajudas de várias instituições internacionais.
O Biafra chegou a cunhar moeda e emitir selos próprios, de que damos conta da primeira e terceira séries. Bem como reproduzimos os respectivos Envelopes do Primeiro Dia. Por curiosidade, posso informar que o apoio do governo português ao Biafra se dava a partir das ilhas de S. Tomé e Príncipe.