sexta-feira, 22 de agosto de 2025

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

De Wendy Cope



Haikai de Outono

Folhas. Folhas por todo o lado:
no jardim, até dentro de casa.
Marido, vê se limpas os pés.


Wendy Cope (1945), in Uncollected Poems (1992-2000).

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

Uma sobremesa sem queijo é como uma bela mulher a quem falta uma vista.

J. A. Brillat-Savarin (1755-1826), in Physiologie du goût.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... 200

 

A meio caminho entre Merkenich e Leverkusen, este girassol de rosto humano, parece sorrir para quem passa.
(No Dia Mundial da Fotografia)

Fernando Sor (1778-1839)

domingo, 17 de agosto de 2025

Miscelânea (12)

 

Está no seu pleno, a fruta. Embora com preços um pouco altos... Esta semana, apareceram nas bancas do mercado as ameixas Rainhas-cláudia, que no Norte, em linguagem chula, chamam Ameixas-caranguejas e, a Leste, aristocratizam para Mirabelle e Lorena. A meloa é que já teve melhores dias, mas deu lugar aos melões, que se recomendam, de doces. As uvas vão muito boas e os pêssegos também. As Pêras valem a pena nas suas variedades principais: D. Maria, Rocha e Amorim.
É de fartar, vilanagem!


sábado, 16 de agosto de 2025

Do que fui lendo por aí... 70

 

Transcrevendo, parcialmente, o início da crónica:

" Uma das apostas de Verão de algumas televisões, como a NOW e a CMTV, ambas do mesmo grupo, é a transmissão em directo dos incêndios florestais. O dramatismo do relato assemelha-se, por vezes, ao das transmissões dos jogos de futebol, com a contínua e vergonhosa repetição das mesmas imagens, muitas de horas e dias diferentes. Só lhes falta gritar «gooolo!»."

Pedro Garcias, in Fugas, do jornal Público (16/8/25).


sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Artista, [designer], Desenho industrial

 


Ignoramos, infelizmente, os artistas que desenham os nossos objectos do quotidiano. Aqui vai mais uma amostra, de um produto português, criado pelo artista Peter Schmidt.


Post de HMJ

Regionalismos madeirenses (9)

 



Dá-se, hoje, por finda, no Arpose, esta temática regional seleccionada do livro, em imagem, de Ana Cristina Figueiredo.  Em sequência alfabética, como se segue:

1. Tratuário - faixa existente normalmente na berma da estrada, mais elevada em relação a esta e que é           destinada à circulação de peões; passeio.
2. Xavelha - que é natural ou habitante de Câmara de Lobos.
3. Zangalhar - Estar pouco seguro; não estar firme.
4. Zaralhar - andar de um lado para outro sem fazer nada com utilidade.
5. Zaralho - Pessoa que se apresenta mal, que é desarrumada. Desajeitada, desleixada, desordenada.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Revivalismo Ligeiro CCCXLIII



Apesar de tudo, sempre os acho preferíveis aos carreiras, toys, emanueis, barreiros, canários e quejandos...

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O próximo

 


Emprestado pelo meu bom amigo H. N., de um autor de que partilhamos o gosto, este será o livro que se segue, na leitura. O título é todo um programa...

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Pinacoteca Pessoal 214

 

Juan Sánchez-Cotán (1561-1637) foi um pintor espanhol nascido em Orgaz, que veio a falecer em Granada. Artista barroco, veio a distinguir-se sobretudo pelo realismo que imprimiu às suas Naturezas Mortas, que encenava previamente. Professou como monge da Cartuxa em 1603.



Nos últimos anos de vida, naturalmente, dedicou-se também a pinturas de temática religiosa.



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Belo destaque: Maria Judite de Carvalho

 Não sendo frequente haver notícias sobre escritores portugueses nos Jornais, de referência, na Alemanha, aqui fica a excepção à regra, obviamente no DIE ZEIT, no dia de hoje.

"Maria Judite de Carvalho:Ein Häuflein Asche in der Wüste

Nach 59 Jahren erstmals auf Deutsch: Maria Judite de Carvalhos Roman "Leere Schränke" 

Eine Rezension von Heike Kunert

Aus der ZEIT Nr. 33/2025Aktualisiert am 11. August 2025, 20:03 Uhr 




Maria Judite de Carvalho: Der Roman "Leere Schränke", der in Lissabon geborenen Schriftstellerin Maria Judite de Carvalho (1921–1998) erschien in Portugal 1966, nun wurde er erstmals ins Deutsche übersetzt.

 

Post de HMJ

A propósito de blogues


 
Nem todos os critérios são iguais. Muito menos a exigência de cada um. Muitas das vezes percebe-se que a felicidade vem do rés do chão. E muita hipocrisia, ou simplicidade forçada, na pobreza dos comentários.
Como refere o ditado : "para quem é, bacalhau basta."

John Adams (1947)

domingo, 10 de agosto de 2025

Esquecidos (20)

 

Só não gostei que o fulano autor se tivesse esquecido de falar, no livro, dos bichinhos (camaleões). Que, ainda nos anos 90 do século passado, tinham a sua mancha activa algarvia maior na mata de Monte Gordo. Há esquecimentos que só revelam ignorância ou falta de sensibilidade.



sábado, 9 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

O Progresso é a injustiça que cada geração comete em relação àquela que a precedeu.

E. M. Cioran (1911-1995), in De l'inconvénient d'être né (1973).

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mercearias Finas 211

 

Em princípio, não tenho nada contra as marcas brancas. Este monocasta Pinot Noir (Regional Lisboa) 2024, 13º, fruto de uma parceria da Ravasqueira Vinhos, S.A. / PD, trabalho do enólogo Vasco Rosa Santos, cumpre com dignidade a sua função. Parece delgado na cor, mas tem estrutura e equilibrado gosto.
Acompanhou lindamente umas iscas de borrego em cebolada. E o preço é uma boa surpresa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Bibliofilia 224

 

Esta obra Laura de Anfriso (1788), do licenciado Manuel da Veiga Tagarro, é um livro esquecido, de poesia, apesar das cadências suaves e harmoniosas dos seus versos. Barbosa Machado dá o autor como natural de Évora e nascido a 6 de Abril de 1597, bem como falecido na mesma cidade no dia 19 de Novembro de 1655. Outros estudiosos são mais prudentes, quanto a certezas, e há quem sinalize a sua morte no ano de 1640. O poeta terá tido, muito provavelmente, uma carreira eclesiástica. 
A primeira edição da sua única obra foi impressa em 1627 (1628) e é raríssima. A segunda, portada em imagem acima (do meu exemplar), é a rolandiana, de 1788, ainda rara. Que eu saiba Manuel da Veiga Tagarro não mais foi reeditado. Dele falaram  Maria de Lurdes Belchior, Jacinto do Prado Coelho e Aguiar e Silva. E há um extenso e importante trabalho de Helena Barbas, de 1990, sobre o poeta eborense.



A sua classificação em escolas literárias é muito desencontrada. Há quem o dê como barroco, maneirista, mas também quem lhe atribua pendores de pré-romantismo e/ou neo-clássico - com que estarei mais de acordo.
O meu exemplar da segunda impressão, em perfeitísimas condições, encadernação da época inteira de carneira, foi adquirido no leilão de Outono de 1993, dos Silva's/Pedro de Azevedo (lote 1603), por Esc. 10.053$00. Inocêncio refere o autor no tomo IV do seu Dicionário (pg. 122) e Samodães, sob o nº 3469.
Anote-se, por curiosidade, que Fernando Pessoa apreciava a obra poética de M. da V. Tagarro.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O mundo às avessas




Saberá a joaninha ao menos que vai de pernas para o ar?! Porque a inocência pode ser uma virtude salvífica.
Admitámos porém que é tudo relativo...

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Inventário

 

Sempre gostei, por curiosidade especializada, de saber pormenores sobre bibliotecas alheias. O TLS nº 6364 (pg. 28) satisfez-me, recentemente, essa vontade. Traduzindo, do artigo: " A biblioteca de Napoleão em Santa Helena constava de 3.488 volumes, dos quais 1.887 títulos tinham sido fornecidos pelo governo britânico."
O que para os 6 anos que passou na ilha, provavelmente, foram demais, quanto a leituras...

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Henry Purcell (1659-1695)

A gastronomia foleira



Vejo por aí, na net, sobretudo em blogues "gastronómicos", fotografias coloridíssimas de refeições cruas. São de vegans  disfarçadas e preguiçosas - tenho quase a certeza - que nem sabem cozinhar. E que tiveram uma infância alimentar materna de bollycaos e macs suburbanos.

Regionalismos madeirenses (8)



Em prosseguimento da temática, seguem-se mais cinco regionalismos colhidos na obra Palavras d'aquintrodia, de Ana Cristina Figueiredo. Com os respectivos significados.

1. Roeza - fome, apetite, traça, larica.
2. Sumir - emagrecer progressivamente.
3. Tarraço - que está sob o efeito de bebidas alcoólicas; bêbado.
4. Tentaréu - pessoa que está sempre a arreliar e a importunar os outros.
5. Terçol - o filho ou filha mais novo (a) de um casal.

sábado, 2 de agosto de 2025

Retratos (35)



" Muitos anos depois, em 1965, quando o grande político inglês estava a morrer, o ditador português queixou-se a Franco Nogueira de que Churchill «não podia com ele» - tinha-lhe uma verdadeira «aversão». Não admira. Entre as duas personalidades não podia existir maior contraste. Churchill era emotivo, truculento, impulsivo e generoso; Salazar, frio, reservado, avaro e controlado. Churchill podia ser bruto, mas era também capaz de revelar grande compaixão, inclusivamente para com os sofrimentos do inimigo. Salazar era comedido e sibilino e não se deixava facilmente comover. O chefe do Governo português era um asceta que levava uma vida monástica; Churchill, um sibarita e um gregário. " (pg. 454)

Bernardo Futscher Pereira, in A Diplomacia de Salazar (1932-1949).

Divagações 208

 

Gradual e normalmente, com o tempo, a minha correspondência foi-se reduzindo ao mínimo e/ou ao que seria educado e obrigatório, ou meramente formal. Mas dele, amigo meu, reencontro-a do passado, para mim, a cada passo. em livros, gavetas, nos sítios mais improváveis. Postais ilustrados, sobretudo, da Itália, de França, Espanha, Alemanha, até da Lituânia, dando notícias ou narrando algum episódio pitoresco. De Portugal nem se fala, um número imenso de sinais e imagens.
Através deles reunidos e agrupados se poderia, de algum modo, reconstituir o percurso de uma vida e seus estados de espírito.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

As palavras do dia (59)

 

O escritor argentino César Aira (1949) acrescenta na entrevista: "A literatura actual foi reduzida a entretenimento, boas intenções e mediocridade."
Eu faria um aditamento realista: à força de quererem tornar a arte acessível ao "povo", desceram a fasquia ao nível do chinelo democrático.

Erik Satie (1866-1925) - "Caresse"

Adagiário CCCLXXXII


 

Gado de bico nunca fez ninguém rico.