quarta-feira, 14 de junho de 2023

Uma adivinha, para variar


A perspectiva, este ano, é muito optimista, porque as nossas duas oliveirinhas de varanda prometem uma safra generosa e memorável pela amostra, e se não houver algum cataclismo atmosférico. Darei conta oportunamente dos resultados finais.



Entretanto lembrei-me de uma adivinha curiosa referida por José Daniel Rodrigues da Costa (1757-1832) num dos seus folhetos. Assim:

Tenho uma vida de escrava,
com cativeiro tão mau,
que, sem eu fazer delito,
me mandam correr a pau.

Pelos tratos que me fazem,
nunca velha venho a ser:
Meu senhor se alegra muito
de ver meu sangue correr.

Acabo martirizada,
mas em boa opinião;
meu sangue é útil, e às vezes
tem muita veneração.

Escusado seria dizer que a solução da adivinha é a azeitona.

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