Os tempos são outros, evidentemente, mas a margem direita do Tejo está mais bonita, passeável e amena. Se calhar, tão agradável como Ramalho Ortigão (1836-1915) a pintava, por alturas de 1870. A gente que a frequenta, agora, é que é diferente... Mas voltemos às palavras do escritor portuense, insertas em Correio de Hoje II (pg. 17):
"O Aterro está sendo desde as duas até às cinco horas o passeio predilecto da elegância da Capital. Reunem-se ali muitas carruagens, e muitas senhoras do high-life se apeiam para respirarem a brisa do mar, saudavelmente impregnada nas exalações do alcatrão. É o prazo dado às rainhas do grande e do pequeno mundo, às pálidas estrelas da aristocracia, aos astros rutilantes da finança, e el-Rei vai ali algumas vezes guiar os cavalos da sua carruagem. A senhora condessa de Edla e o sr. D. Fernando escolhem aquele ponto para os seus passeios a pé."
Muito elucidativa a foto. E concordo: a gente é outra e de certeza em número amplificado. Mas o passeio junto ao Tejo ficou bem agradável. Para meu gosto tem gente a mais, o que me rouba prazer ao olhar e ideias ao pensamento.
ResponderEliminarO excesso de turismo também vai contribuindo para estas enchentes...
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