quarta-feira, 29 de março de 2017

Impromptu (31)


Por mero acaso e coincidência, comprei, hoje, usado, um livro de Eduardo Prado Coelho (1944-2007), precisamente no dia em que, se fosse vivo, completaria 73 anos, nascido que foi a 29 de Março.
A notícia da sua morte surpreendeu-me na Foz do Arelho, num  Agosto frio, quase no final do mês, e quando nada o fazia prever.
Hoje, passados quase 10 anos sobre a sua morte, penso, é certo que com alguma crueza, que teve um destino à portuguesa: malbaratou o seu talento, dispersando-o em pequenos trabalhos, crónicas, 5 ou 6 livros e intervenções diversas, actualmente, esquecidas ou quase. Mas ainda me lembro do seu início, na Casa da Imprensa, nos tempos do DL-Juvenil, na segunda metade dos anos 60, a apresentar Roger Garaudy (1913-2012), um ícone da época. E será que ainda haverá muita gente a lembrar-se de Garaudy?

6 comentários:

  1. Roger Garaudy era muito falado nos jornais pelo que me recordo nos anos 70, já do Eduardo Prado Coelho, sinto a falta das suas crónicas, e até das suas lúcidas criticas cinematográficas no Expresso. Tenho 3 livros dele "Tudo o Que não escrevi", um diário cativante,"Vinte Anos de Cinema Português" e "A Mecânica dos Fluídos". A colecção signos das Edições 70 era magnifica.
    Muito bom dia!

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    1. Uma escrita elegante que só honrava os pergaminhos de duas gerações anteriores (pai e avô) dedicadas à crítica literária.
      Também li muito dele, e gostava, embora achasse que ele citava muito... sobretudo autores franceses.
      Bom dia, também!

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  2. Ninguém sabe (quanto mais lembrar-se de) quem foi Roger Garaudy. E se o debate que ele provocou foi importante...
    Bom dia!

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    1. Não sei a que atribui-lo: se à ingratidão da memória, se à pressa efémera de cavalgar, sucessivamente, o que passa...
      Bom dia!

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  3. Confesso, esse Garaudy não me diz nada. Claro que fui ver uma pequena biografia (o Arpose desafia-nos sempre a aprender mais e mais!) e concluo que o sujeito era muito pouco recomendável. Comunista, religioso (professou praticamente todas as religiões, exceto o judaísmo), negacionista, deputado e senador, condenado por incitação ao ódio racial e difamação racial, ... Um tratado da pulhice humana.
    Quanto a Eduardo Prado Coelho, ficou, para mim, imortalizado porque era o Professor idolatrado no curso noturno de sociologia que a Guarda Abília andava a tirar.

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    1. Estamos pagos, porque eu não sabia quem era a Guarda Abília...e fui ver!
      Garaudy era um intelectual interessante, para o bem e para o mal. Não nos deixava indiferentes e obrigava a uma clarificação nossa, o que é sempre saudável.
      APS

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