sexta-feira, 6 de maio de 2016

Amadeo


É um hábito enraizadamente humano, este de, para melhor localizar ou identificar alguém, o apresentador dizer: "Conhece? É filho de Fulano..." ou "Sabe, é a esposa de Beltrano!" Nestes casos, a pessoa apresentada é, normalmente, menos célebre que o parente referido. O jornal Le Monde não foge à regra e, como se pode ver, pelo título em imagem, socorreu-se de Modiglini, para configurar o nosso outro Amadeo... Quanto ao adjectivo maudit, eu creio que se poderia aplicar a ambos. Porque morreram os dois na flor da vida e com pouco mais de trinta anos, no mesmo ano de 1920. Amadeo de Souza-Cardoso, em Espinho, da gripe espanhola, e Amedeo Modigliani, de meningite tuberculosa, em Paris.
Embora conviventes e amigos, em França, a obra de cada um, no entanto, difere muito. A força da pincelada do português (embora com desenhos de traço muito fino, que parecem pressagiar o traço agressivo de Bernard Buffet) afasta-se da elegância florentina da pintura do italiano. Ambos singularíssimos, naquilo que fizeram e precursores, inimitáveis, do que estava para vir, na pintura europeia do século XX. O jornal Le Monde (28/4/2016) dá nota da magnífica exposição, no Grand Palais (Paris), de parte da obra de Amadeo Souza-Cardoso, composta por três centenas de quadros e documentos, e que estará aberta ao público até 18 de Julho do presente ano.

4 comentários:

  1. Não li o texto, mas não entendo o adjetivo em relação a Amadeu. Não me parece que ele possa ser considerado um 'maldito' no sentido que normalmente é atribuído a esta palavra e aos artistas.
    Bom dia!

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    1. O adjectivo só se for pela morte prematura, do resto, é exagerar um pouco...
      Bom dia!

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  2. Gostava de ver a exposição... Bom dia!

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