sábado, 10 de dezembro de 2011

O clima e a memória


Tenho a profunda convicção que a memória não retém, com grande rigor, recordações climáticas extremas ou muito adversas. No meu caso particular é pacífica e certa a recordação da neve: aos 7, aos 14 e aos 20 anos, sempre no Norte. O maior frio que senti, foi num Janeiro de Lisboa, no local onde hoje se erguem (nessa altura ainda não existiam) as Torres das Amoreiras, no princípio dos anos 80. Mas o vento mais gelado que me "atravessou", aconteceu nos anos 90, Agosto, em Blankenberge, praia do Mar do Norte, e à noite. Maior calor de sempre: uma chegada ao Algarve, Agosto de 1976 - mal se conseguia respirar.
Ultimamente, passamos 2/3 dias de "algodão", com nevoeiro a cercar-nos por todos os lados, qualquer coisa entre Bergman e Londres, criando situações que pareciam irreais. E recordei-me de uma noite memorável de Janeiro (ou Fevereiro) de 1977 (?). Vinhamos cinco pessoas, do Porto, e jantamos num pequeno restaurante que ficava junto do local, a norte, onde acabava a Pateira de Fermentelos. Saímos do restaurante, cerca das 22,00 horas. Entre S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis, o nevoeiro era tão cerrado que o condutor do automóvel vinha com o rosto colado ao vidro da frente, tentando adivinhar o caminho. O parceiro do lado, vinha de cabeça de fora, dando indicações sucessivas. Os três que vinhamos atrás viviamos um constante sobressalto, inclinados para a frente. Quando chegamos a Lisboa já passava das 5,00 horas da manhã. Famílias, entretanto, preocupadíssimas...ainda não havia telemóveis.

3 comentários:

  1. Quando eu tinha aí 15 anos fez um grande frio em Lisboa. Fizemos uma espécie de contestação na escola porque não se aguentava o frio. E eu não sou propriamente friorenta. Mas deu resultado: lá apreceram uns aquecedores.
    E também (parece-me que) em 1981. O frio era tão grande que trabalhámos de gorro e, de vez em quando, punhamos umas luvas que depois tirávamos porque atrapalhavam. :)
    No Inverno de 1978, chovia tanto que tive de parar o carro, entre Leiria e a Batalha. Não se via nada, só chuva.

    ResponderEliminar
  2. Em vez de "apreceram" é "apareceram". :)

    ResponderEliminar
  3. Talvez o seu 1981 seja, também, o da minha experiência, embora não esteja certo disso.
    Quanto a chuva intensíssima, também passei por uma situação diluviana, entre Dilsen e Colónia, por uma estrada diminuta, reduzida a metade por obras que estavam a ser feitas, nos anos 90.

    ResponderEliminar