As hortênsias, no terraço, estavam um esplendor, mas os tímidos jarros, embora pequenos e encaracolados de feição, não se ficavam atrás, e alindaram com lirismo sóbrio a mesa. O Frei Gigante, que é um vinho branco esplêndido e estava no frigorífico, veio dos Açores para, picaroto, nobre e insular, nos acompanhar, condignamente. Com o seu raro Terrantez, o Verdelho e o Arinto islenho, de sabor seco e vulcânico, mas oloroso. Do congelador, a tempo de estabilizar, tirámos, manhãzinha cedo, o alaranjado Lavagante, já descascado e cheio de minúsculas ovas róseas, que nos esperavam, há uns dias, pacientemente. As gambas vieram do Mercado da Ribeira, da banca pródiga da Teresa, sempre atenciosa a aviar. Ah!, os pepinos e a cebola da salada vieram de Constância, por mão amiga. A alface e o tomate eram, também, da 24 de Julho - bem frescos. As bananas eram da Madeira e, embora na sua habitual pequenez maneirinha, trouxeram o seu paradisíaco rescendor.
E, assim, se compoz, gastronomicamente, um feliz almoço, ontem, no passado Domingo de Junho.