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domingo, 24 de outubro de 2021

Osmose 122


Nunca, com a extrema nitidez minimalista de ontem, eu lhe tinha notado e sentido os sinais físicos, na pele. Do frio. Quase inconscientemente fui buscar a camisola de caxemira para me agasalhar. Mais tarde, talvez por volta das 18h30, comecei a sentir os pés a arrefecer. Ambos, enquanto me sentara a ver o Dossiê Pelicano (1993), de Alan J. Pakula, com o jovem Denzel Washington e a ainda muito mais nova Julia Roberts. Depois, foram as mãos: primeiro a esquerda; e aí uns vinte minutos a seguir, a mão direita a ficar fria. O Outono tinha marcado presença, pré-anunciando o Inverno que viria a seguir. De forma indesmentível, apesar do Verão de S. Martinho andar  por aí, com o seu solzinho ameno enganador...

domingo, 23 de setembro de 2018

Divagações 134


Esta linha semi-circular de luzes ribeirinhas, por cima dos telhados defronte, traz-me sempre uma paz muito singular e pessoal, à noite. Depois, há esse triângulo agudo, cavado, por entre os prédios altos  que permite ao meu olhar ver o Tejo e, mais ao longe, a silhueta semi-iluminada do castelo de Palmela. Fernão Lopes acaba por ser convocado à memória. E as almenaras que D. Nuno, em finais do séc. XIV, fez acender da Outra-banda, para dar ânimo ao Mestre, cercado em Lisboa, pelos castelhanos.
Mas, hoje, há Lua Cheia, o rio é um espelho reflectido de luar. E o Verão, preguiçoso em despedir-se, parece augurar, em temperaturas, um S. Martinho à maneira... Ora, tudo isto recusa, liminarmente, essa melancolia dourada de que o Outono gosta, quase sempre, de se acompanhar. E que também nos inunda, quer queiramos ou não, tantas vezes. Ganha-se assim, benevolamente, um compasso de espera, bem-vindo e inesperado. Assim seja!