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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Interlúdio 62 (outrabandista)


Já por aqui houve mais pássaros, no quadrângulo do horizonte que domino, da varanda a leste.
Mas, hoje, aconteceu um corrupio de novos e desacostumados visitantes alados. Quatro estorninhos ( pareceu-me...) em amigável esquadrilha juvenil, um corvo solitário e solto, que se empertigou, sucessivamente, em três das antenas de televisão, das mais altas, ali defronte. E a crocitar, senhorial.
Só gostaria de saber quem são essas duas (?) aves, em desafio, que num grilar trinado, rezingam, ao fim da tarde, escondidas naquela árvore frondosa, à minha direita, baixa. Serão gralhas? Serão pegas?
Os morcegos é que nunca mais apareceram, ao cair da noite, como agora Vénus (ou a Estrela da Manhã) me aparece, no horizonte. Ao alto, muito firme e fixa.

domingo, 25 de julho de 2010

De Dali a Botticelli, a caminho da metafísica nocturna...


O tempo plasma-se como os relógios no quadro de Dali ou algum queijo babão que fique fora do frigorífico. As aves calam-se, não soltam pio - é a fornalha de deus. Nem mesmo as andorinhas e os zilros, habitualmente tagarelas, dão sinal. Por onde andará a lua?, já que o "aladino", às 21,05, já estava de olho aberto e persistente. Na sua plenitude, de cheia, a lua deve estar a compor-se no espelho de algum lago, antes de aparecer em toda a sua magnificência. Com 31º a rua, deserta, o silêncio é total.
Mas lá vem ela! Começo a ver-lhe a calote superior por cima das casas: são 21,13. E, hoje, não vem acompanhada da Vésper. A estrela da manhã ou, simplesmente, Vénus, ficou a tomar banho ou a ressurgir das águas, como no quadro de Botticelli.
Num "zapping" impaciente, depois do frugal jantar, assisti a um inquérito feito na TV a vários seres humanos. Pedia-se que dissessem qual a coisa que mais temiam. Respondeu uma sul-americana: "- As cobras!". Um nativo de Papua Nova-Guiné, de meia idade: "- O vulcão." Uma siberiana, já velha, disse que não tinha medo de nada ( pelas feições, podia bem ser parente de Putin). Mas um habitante de Jerusalém, dos seus quarenta anos, ao ser-lhe perguntado por aquilo que mais temia, respondeu simplesmente: "Deus".