Ainda que tenha feito alguns esforços, vãos, levarei de passagem para 2023 três grossos volumes, para tentar acabar de os ler no próximo ano. São eles, pela ordem do início da leitura, os seguintes:
1. Memórias do Cárcere (1953), de Graciliano Ramos (1892-1953). Levo lidas 154 páginas, das 650 do livro. É um texto denso, mas de grande qualidade literária, embora com passagens de algum pessimismo ontológico.
2. Felipe II (1937), de William Thomas Walsh (1891-1949), em versão castelhana. Lidos 7 capítulos (pg. 153, das 810). Parece-me obra séria, embora a julgue um pouco influenciada do ponto de vista religioso (católico).
3. Finalmente, Casa Grande e Senzala (1933), de Gilberto Freyre (1900-1987), de que levo lidas 135, das 460 páginas. Livro que obriga a uma leitura serena e lenta pela riqueza da informação cultural, histórica e sociológica que contém.
A qualidade dos três volumes é notória. E a leitura tem ritmo, cor e reflexão. Vou dar uma perspectiva, traduzindo para português o início do capítulo VIII (Segunda boda de Felipe) da biografia do rei espanhol. Segue:
"Quando Filipe desembarcou em Southampton não era um homem qualquer. A sua pele branca e o seu cabelo e barba, ruivos, mais de inglês do que de espanhol, faziam contraste com o seu traje negro de terciopelo e com a sua capa escura com adereços de ouro. Pedras preciosas dignas de um rei brilhavam na sua cabeça, no seu peito e nos pulsos. Ao pescoço o colar da Ordem de Jarreteira que o conde de Arundel lhe acabara de conferir. Parecia um rei e era-o na verdade, pois Carlos V havia-o nomeado rei de Milão, para que não fosse menos do que Maria (Stuart). Atravessou a cidade sobre um rocim andaluz, enviado pela noiva, dirigindo-se à igreja de Holy Road, onde ouviu missa e deu graças a Deus pela sua feliz viagem. A nobreza inglesa e o povo estavam encantados vendo o seu ar sóbrio e varonil, o seu nobre maneio do cavalo, bem como o seu afável sorriso."
Simpatizo com o Filipe II, mas desses livros o que está na minha lista é o Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre. Boas entradas!
ResponderEliminarÉ uma boa escolha.
EliminarRetribuo, cordialmente.
Tb gosto de Filipe II.
ResponderEliminarO Graciliano Ramos e o Gilberto Freire li-os há muitos anos.
Também tenho uns matacões que vão transitar para 2023: Mila 18 de Leon Uris (li 110 das 706 p.), vol. 1 dos Ensaios de Montaigne (49 p. lidas de 451), Os doentes do doutor García de Almudena Grandes (202 lidas de 750 p.). Também estou a ler um livro (mais manuseável) de entrevistas de Pasolini. E ainda há o monte que também vai transitar para 2023.
Boas leituras! Bom Ano Novo!
Sobre as "torres" (de livros) que me acompanham nas secretárias ou ao lado, nem falo... Por disciplina, evito começar um livro sobre Sá de Miranda, outro de Graham Greene, um outro sobre a Póvoa de Varzim, etc., etc....
EliminarMuito obrigado pelos votos que retribuo, afectuosamente.
Agradeço os votos, cordialmente.
ResponderEliminarO problema é sempre a quantidade, sobretudo se queremos fazer leituras atentas, que obrigam a que o ritmo ao ler não seja excessivo.
Boas Entradas para logo!
Também tenho uns poucos começados. A vontade de ler é muita e começo tudo e não acabo nada. Nunca as minhas leituras foram tão destrambelhadas! Enfim, melhores dias virão!
ResponderEliminarMas o que quero mesmo é desejar-lhe e à HMJ um FELIZ ANO NOVO! Que seja um bom ano para os dois e para os que lhes são queridos!
FELIZ 2023!!
Às vezes, há que forçar a disciplina...
ResponderEliminarMuito gratos pelos votos, que retribuímos com estima.