domingo, 24 de julho de 2022

Da leitura 52



Da releitura em vez de leitura, diria eu melhor, mas depois de iniciar o livrinho de Helder Godinho, apeteceu-me foi revisitar o romancista pensador. Peguei assim, de seu concreto, na Conta-Corrente 1 (1969-1976) e já vou, gostosamente, na página 98. Talvez porque a maneira de ser dos povos sempre me interessou, destaco, transcrevendo:

"Regressados da Grécia. Da Grécia actual, nada visto. Só entrevisto. Terra agreste, montanhosa, apenas verdura no Peloponeso. Não vi um curso de água. Fizemos três viagens «turísticas»: a Delfos, à Argólida e uma por mar, às ilhas Egina e Hidra. Grandes espaços desabitados, uma ou outra pessoa de longe em longe pelos campos. Aspecto miserável. O Grego lembra o Português: pequeno, aspecto sujo, aldrabão. Fui logo vigarizado, assim que cheguei, por um motorista." (pg. 94)

4 comentários:

  1. Deve estar divertido com a má-língua do Vergílio Ferreira que não gostava de viajar...
    Imagino o que seria a Grécia nesses anos de 1969 a 1976... Fui lá nos anos 90. Até gostei dos gregos, mas eles reúnem (ou reuniam) os defeitos dos portugueses, dos espanhóis e dos italianos, o que dá uma mistura explosiva. Mas eu gostei imenso deles.
    Aeroporto de Lisboa, anos 10 e 20 do século XXI: quantos turistas (e não só) se queixam dos taxistas? Até estes melhoraram.
    Bom domingo!

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    1. Realmente, MR, o Helder Godinho é um pouco tedioso...
      Gregos nativos não os conheci "in loco", apenas na Servais Werke, em Witterschlick, no início dos anos 60, e eram trabalhadores migrantes que trabalhavam que se desunhavam...
      Eu creio que os sul europeus, de uma forma geral, se assemelham.
      É verdade, MR, estou a deliciar-me com esta coscuvilhice nobre de VF.
      Retribuo, afectuosamente, os votos de Domingo.

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    2. Bem me parecia que HG não ia fugir ao seu registo. Infelizmente!
      Boa semana!

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    3. Nem todos têm "angel", como dizia Lorca...
      Boa tarde.

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