Creio que aquela ideia peregrina de que o poeta era, muitas vezes, um ser amaldiçoado, fez a sua carreira, mas hoje deixou de ser um dogma, até mesmo para os leigos na matéria. Exemplos como Villon e Verlaine eram usados e citados, a má estrela de Camões e Nobre, entre outros, era utilizada como abono da desgraça. Mas o atenuar do romantismo ajudou a uma certa sanidade e normalidade para abordar os poetas como homens comuns, sujeitos às mesmas vicissitudes de outros seres humanos.
Ainda há pouco tempo (1981), no entanto, Miguel Torga (1907-1995), na sua introdução à Antologia Poética, escrevia: "É um duro ofício, o do poeta. Começa por ser uma vocação irreprimível e acaba por ser uma penitência assumida. A fatalidade e a voluntariedade inexoravelmente conjugadas no meu destino carismático e aziago que só encontra sentido na fidelidade com que se cumpre."
Assim, não me custa a aceitar que os poetas da "Presença" possam ser ainda incluídos no Romantismo.
Guilherme Filipe foi um pintor com que me cruzei (e conheci) recentemente, devido ao estudo que fiz sobre um outro pintor. Coincidências. Bom dia!
ResponderEliminarConheço mal a obra de Guilherme Filipe, mas acho muito bom este retrato de Miguel Torga.
EliminarBom fim-de-semana.