Embora gostando de algumas
palavras pelo efeito sonoro, como é tagarelar, não aprecio, no caso em apreço,
o sentido do termo pelo facto de se enquadrar, na perfeição, neste mundo oco e
pouco dado a exercícios mentais mais consistentes.
Assim, e querendo registar –
porventura para memória futura – alguns pensamentos que se me vão surgindo nas
leituras, escolhi a palavra pensar que, no seu sentido infinitivo, se afasta
cada vez mais da nossa vida quotidiana. Infelizmente.
Lembrei-me logo do livro Pensar, de Vergílio Ferreira, a
propósito da minha escolha do tema para registar, oportunamente, algumas
máximas ou pensamentos estimulantes. Do autor citado, segue uma frase com que
abre o seu livro: “Não se pode pensar, fora das
possibilidades da língua em que se pensa.”
Acrescento meu: dominando
várias línguas, aumentam, sem dúvida, as possibilidades e variantes de
pensamento.
Para o início desta secção
dos meus contributos no Arpose, encontrei uma observação de Jorge de Sena,
sobre o Romantismo e o Modernismo Brasileiro que não queria perder. Aqui vai:
“Os modernistas (...)
apelavam para uma quebra de todas as tradições e para uma renovação com algo
mais fundo e mais verdadeiro para com a vida do que qualquer tradição. É esta a
essência do espírito modernista. E devo apontar que só à primeira vista é possível
achar que o Romantismo pode ser definido quase nos mesmos termos. A diferença
está na qualidade: o Romantismo era tudo isto como maneira de ser: o Modernismo não foi nunca uma maneira de ser
mas uma maneira de entender o nosso ser.”
[sublinhado meu da máxima que
tirei do artigo de Jorge de Sena, com o título, «Modernismo Brasileiro: 1922 e
Hoje», in Estudos de Cultura e Literatura
Brasileira, Lisboa, Edições 70, 1988]
HMJ
Há bons e maus pensamentos na maioria das cabeças.
ResponderEliminarMas pensar e continuar a reflectir é um bom caminho para se evitar o erro.
Para João Menéres,
ResponderEliminarDe facto, o que interessa ao ser humano é a sua conclusão do comentário.